Gosto muito da maneira como o William Waack conduz os seus debates e já falei sobre isto anteriormente, mas algum tempo atrás o jornalista, finalizando uma dessas reuniões de especialistas, comentou que a legislação trabalhista brasileira é "anacrônica" e isto é um motivo de o Brasil não receber a quantidade de investimentos estrangeiros que ele acharia desejável.
Não posso retirar o elogio que fiz, da mesma forma como não tenho sequer o diretito de ficar decepcionado com o jornalista, até porque o âncora trabalha na área de jornalismo da Globo News e da Rede Globo e não poderia ter um discurso diferente.
O que mais me indigna é que há pelo menos sete anos os políticos, a mídia e os empresário daqui e do estrangeiro defendem o que chamam de "flexibilização" (e eu de estupro) da CLT, com supressão de férias remuneradas, décimo terceiro salário e outras conquistas obtidas na era Vargas, que, de inspiração fascista ou não, foram de uma importância vital para as classes assalariadas. O liberalismo econômico é de uma monstruosidade, uma bestialidade inqualificável. Não vou chamá-lo de neo porque de novo não tem absolutamtnte nada: é o velho e perverso capitalismo que gerou a crise econômica de 1929 e que professa que as leis de mercado têm de ser o fator determinante nas relações de trabalho e na maneira de as cociedades se conduzirem, justamente porque vem atender aos interesses das elites, do poder econômico, que é dono do próprio Estado, que existe, aqui e no mundo inteiro, primordialmente para satisfazer os caprichos e a demente ganância das classes dominantes.
A legislação trabalhista que William Waac e aqueles que este representa defendem é a mesma aplicada na China para os trabahadores coreanos, que trabalham dezesseis, dezoito horas diárias na indústria e ganham um salário tão diminuto que chega a ser aberrante, pois não supre nenhuma das necessidades de tais operários. É a manifestação do quase arrependimento das altas camadas sociais pela abolição da escravatura, pois estas só libertaram seus escravos em decorrência da necessidade de estes receberem salários para consumir os artigos industriais produzidos pelas grandes corporações, além de os senhores terem enxergado que sairia mais barato pagar um parco salário a um homem livre do que comprar e gastar com a manutenção de uma "peça" (como se referiam aos negros) humana de labor.
A mão-de-obra barata torna os preços das produções das fábricas irresistíveis, e o aspecto humano neste contexto não tem a menor importância. Assim, o trabalho precisa ter custos ainda mais insignificantes, para facilitar a vida dos magnatas em mercados extremamente competitivos e estar em harmonia com o dogma mais ferrenho do capitalismo, que é o lucro mais alto possível e acima de qualquer coisa deste mundo.
Cabe à nossa classe laborativa uma constante vigília sobre esta questão e exercer pressões sobre os políticos, para que proposta de tão grande hediondez, há muito aguardando votação no Congresso Nacional, jamais seja aprovada ou posta em prática no território brasileiro.
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