O Brasil começou a ver, estarrecido, os atos, as declarações e as aberrações de Bolsonaro, familiares, ministros e asseclas. Primeiro foram os elogios a Brilhante Ustra, torturador do regime militar, depois a defesa à ditadura e à tortura. Eduardo Bolsonaro defendendo a reedição do AI-5, que dava poderes excepcionais ao Executivo nos anos de chumbo. Carlos Bolsonaro, vereador, passa a ter um gabinete dentro do Palácio do Planalto, de onde, segundo alguns jornalistas, operaria o que estes nominaram "gabinete do ódio". O inquérito contra Flávio Bolsonaro, acusado de peculato, começa a emperrar. O procurador-geral da República, Augusto Aras, e algumas figuras do Judiciário parecem lenientes: um inquérito que não anda, um procurador que não denuncia o presidente por manifestações antidemocráticas contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
A pandemia confina as pessoas em suas casas, Bolsonaro, num descaso absoluto, incentiva a exposição de seus seguidores nas ruas, sem uso de máscaras, e a doença vai-se disseminando. Em 04 de fevereiro de 2021, quase 229.000 mortos. Sessenta e nove pedidos de "impeachment" contra o presidente e a recusa inflexível do presidente da Câmara dos Deputados em pautar um deles.
A reunião de 22 de abril de 2020, a questão da Polícia Federal, Abraham Weintraub ofendendo o STF, Ricardo Salles propondo a "passagem da boiada" na oportunidade de encobrimento propiciado pela pandemia. O Pantanal e a Floresta Amazônica, entre outros cenários ambientais, ardem em fogo, matando queimados centenas de milhões de animais. Depósito inexplicado de Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama. "Vontade de encher sua boca de porrada " é a resposta do mandatário ao jornalista que lhe pede explicações.
Nada é respondido, nada é apurado, tudo fica impune. Por menos de um milésimo por cento do que fez Bolsonaro, Dilma foi afastada em definitivo da Presidência da República. Fico bem à vontade para dizê-lo, porque estou muito longe de ser petista, lulista, lulopetista ou qualquer coisa do gênero.
Empresários e banqueiros, jogadores malandros do mercado financeiro felizes da vida com Bolsonaro e a estrutura de poder atual.
Tudo isso é parte dos caminhos, das andanças do poder nesta terra.
Fevereiro de 2021
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