ELA:
Amor, eu bem sei que não volta,
E a tristeza me sai pelo poros
Como sangue que aflora na pele
Da ferida do meu coração.
ELE:
Amor, sei, nos fundimos num só,
Mas ficou tudo à volta sombrio
E com tantas tempestades e espinhos...
voltarei ao florir do verão.
ELA:
A partida me faz desolada,
Tão sem norte, sem vida e sem chão.
Meu amor, nunca mais você volta,
Fez-me escrava da mortal solidão.
ELE:
Em meu corpo levo o gosto do seu,
As lembranças se ataram a mim
Qual meus pelos, as unhas, as mãos:
Volto quando a primavera chegar.
ELA:
Eu mal sei se haverá primavera,
Se o verão nos virá iluminar.
Sei apenas que a vida é tão breve:
Você nunca, amor, vai voltar.