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sábado, 14 de julho de 2018

VOU-ME EMBORA

Não, não fico, parto, vou-me embora.
Abandono o amor perverso e sem recíproca.
Não, não levo uma viola, pois não toco,
Mas solfejo no caminho as melodias mais bonitas
E murmuro os versos que a mim sempre comoveram.

Vou pr'um canto onde os dias sejam frescos
E o sol toque de leve as paredes desbotadas.
Um recanto calmo e  de pura e singela poesia,
Onde seja muito mais brilhante a estrela D'Alva.

Vou-me embora e despido deitarei sob uma sombra
pr'uma fêmea eventual me abusar inteiramente
E transpormos os limites existentes do pudor.

Cuidarei que seja em mim eterna a juventude
Que os decênios, fios brancos, rugas, desencantos,
Que as vivências e que as dores, nada pôde destruir.

Vou-me embora pr'um lugar bonito e simples
Onde a paz despeje em mim sua brandura
E as narinas sintam os cheiros bons das frutas e do amor.