Vivo num país que odeia os pobres,
Que odeiam os pobres
E as classes médias baixa e mediana,
Que por sua vez querem que morram pobres, médios baixos e do meio,
E assim se digladia a base da pirâmide,
Que zela pelos lá de cima como mães de tetas cheias.
E é por isso que não quero mais saber de nada
Senão a Netflix com seus filmes, suas séries enlatadas
E o saber, sem mostrar qualquer opinião.
Quero também as canções que me comovem
E cultivar os meus amores como fosse um jardineiro.
E é por isso que no mais sou filho do Brasil que foge à luta,
Que tô fora de lutas, tô bem fora
E não dedico mais sequer uma linha do que escrevo
A querer tentar ajudar a mudar a conjuntura.
Eta, que versos mais danados de mal feitos!
Mas a gente mencionada é bem pior: deixa rolar!
Já nem penso nas coisas que abomino,
Assim como quem assiste ou lê "Os Miseráveis",
Sem no enredo querer tocar jamais.
Nada quero, nada espero, tô é fora,
Tô por fora, tô bem fora, tô bem longe,
Tô em Marte ou Bagdá.
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