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sábado, 23 de novembro de 2024

A MPB DE RESISTÊNCIA

 RESISTÊNCIA À SUBMÚSICA QUE O MERCANDO VEM NOS IMPONDO


Há vários grupos novos cantando e criando MPB, além de outros já se apresentando há alguns anos(e ainda a gente já consagrada no cancioneiro do Brasil), sem que no entanto abram mão de produzir e interpretar música popular brasileira, como samba, samba-canção, bossa-nova, baião, toada, xaxado, ritmos tradicionais incorporados à Grande MPB.  Isso é uma resistência aos estilos musicais totalmente desprovidos de qualidade e elaboração satisfatória que vêm abarrotando o mercado musical.  É uma resistência arrojada a esse processo de declínio cultural por que vem passando o Brasil, cuja fatia predominante da população não mais lê e agora se dá a ouvir as melodias mais desqualificadas.  Os artistas sérios e compromissados com o valor do seu trabalho travam uma batalha árdua pela sobrevivência da boa música nacional num cenário extremamente adverso, e por isso vejo-os como músicos de MPB de Resistência, que é como se pode chamar a Nova MPB, nova pelas composições recentes ou mesmo pela leitura diferente de antigas canções consagradas.

A MPB de Resistência é um movimento sem conotação política ou que envolva qualquer forma de protesto, mas que traz em si a firmeza da decisão dos compositores, cantores e instrumentistas no sentido de manter vivo seu trabalho num contexto atualmente tão desfavorável.

Acho que o termo MPB de Resistência deve sempre ser cunhado pelos que trabalham com a boa música nacional, para que esses intérpretes e criadores marquem sua presença no momento artístico de hoje e na própria história da Música Popular Brasileira.


terça-feira, 19 de novembro de 2024

O MOMENTO É GRAVE, E DEVEMOS DAR O MAIS PLENO APOIO A LULA E AO PT

 Há um bombardeio maciço, vindo de todos os lados, principalmente de toda a grande mídia, contra Lula e o PT. A Globo contratou o bolsonarista Joel Nascimento, que era da  incredível "Jovem Pan", para a missão exclusiva de atacar Lula, quando já tinha Demétrio Magnoli, Eliane Cantanhêde, Gérson Camarotti e Merval Pereira para esse "trabalho". Tudo o que o presidente diz a emissora define como um erro político capaz de levar o Brasil às mais desastrosas consequências, para desgastá-lo, descredibilizá-lo, criar pânico antilulista e colocar Tarcísio de Freitas em seu lugar.  Vejo ataques mentirosos, infundados e descabidos partindo de pessoas despolitizadas. É um processo difuso, amplo e orquestrado. Eles querem o extremismo de direita, pai extremoso das elites e carrasco das classes média e baixa, de volta.  O momento é de todos nós, progressistas (mesmo os não-petistas como eu) nos unirmos em apoio a Lula e ao PT, para evitar em 2026 a eleição de um fascista, e assim caminharmos para a social-democracia (que não é comunismo nem socialismo, como os canalhas vivem apregoando) ao invés de aceitarmos o retrocesso que nos levará à mais deplorável miséria, negacionismo, revisionismo histórico e definitiva depredação do meio-ambiente com os seus efeitos mais trágicos e nefastos.

sábado, 16 de novembro de 2024

EXISTE EVOLUÇÃO MUSICAL?

 

Vi no Youtube um entrevistador dizer ao Ney Matogrosso que as músicas do "Secos e Molhados", grupo no qual o cantor iniciou a carreira, continuam atualíssimas, ao que o artista respondeu que "isso é ruim porque demonstra que não evoluímos" musicalmente.  Acho, no entanto, na minha pretensão de reles leigo que há um equívoco na afirmação do Ney.  Porque seria necessário que soubéssemos o que  seria evolução musical e se afinal tal conceito não se mostraria muito vago e subjetivo.  Se formos comparar a música de 1973 ao funk, ao axé, sertanejo brega e sertanejo universitário(ambos bregas), veríamos que o Brasil sofreu uma gritante involução musical, principalmente no que tange às letras. Mas não é esse o caminho pra conceituar a questão.  O aprimoramento da música não é algo instrinsecamente ligado ao tempo, pois, se assim fosse, as obras de Chopin, Brahms, Barch,  Mozart estariam absolutamente desqualificadas se comparadas às canções que se produzem nos dias de hoje, o que seria a mais completa inverdade.  São valsas e ritmos minuciosa e ricamente elaborados, com notas mais numerosas e complexas, que exigem muito mais recursos do compositor (e também do executor).  Não há evolução ou involução, mas somente movimentos musicais diferentes.  A bossa nova, amálgama do jazz com o samba-canção, não a faz superior a nenhum dos dois outros estilos: foi, em relação a eles, um mais novo gênero musical.  Voltando à música clássica, poderíamos até dizê-la superior por sua complexidade, mas, se examinarmos o quesito beleza, tudo fica muito difícil de definir e comparar, justo por essa subjetividade que envolve o que seja melhor ou pior, menos ou mais.  Freddye Mercury ou Jessé cantando é menos belo do que a música clássica?  Tem uma carga poética inferior?

O que é evoluir em música? É tecnologia? O piano tem qualidade abaixo da do teclado eletrônico?  O violino perde para a guitarra? O rock, o bolero, o samba, o jazz, a salsa, o baião, a toada, etc mudaram tanto assim com o decorrer do tempo?

Quando se diz que a música do "Secos e Molhados", como a do Chico Buarque, do Mílton Nascimento, da Elis Regina continuam atualíssimas, é porque nenhum outro novo movimento musical importante apareceu depois da MPB, e também por tais músicos cantarem letras de poetas modernistas e pós-modernos como Fernando Brandt, Aldir Blanc, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Solano Trindade, Manuel Bandeira, João Apolinário, Gilberto Gil e outros.  É muito tênue a linha que separa a poesia da letra de músicas, em muitas vezes até inexistente.

Então, acho que aí equivocou-se o grande intérprete e cantor Ney Matogrosso.   A música é como qualquer outra arte, e não há de se falar em evolução quando se trata de arte, pois do contrário a pintura moderna seria mais alta do que a pintura clássica.  Arte se compõe de diversidade de movimentos e gêneros artísticos e não está jamais ligada ao conceito de evolução.

Quando faço críticas à música brega, é pelo total descompromisso de certos músicos com a qualidade da melodia, do arranjo ou da letra. Nesse caso, sim, se formos fazer uma comparação com os anos 1980, concluiremos que passamos por um grave processo de declínio cultural.  Mas esses artistas são grupos à parte, voltados para a canção comercial, e não primam pela citada qualidade, e portanto não poderiam ser citados como um sinal de estagnação da MPB.

A DEVOÇÃO MUNDIAL À ULTRADIREIRA


Após tanto os diretores e roteiristas de cinema dos Estados Unidos  criticarem e satirizarem as ditaduras  impostas por John Kennedy, sucessores e CIA à América Latina, o povo americano, na sua mais infinita arrogância e estupidez, elegeu, através dos delegados eleitorais que escolheu, um ditador ignorante, imbecil, despreparado, inepto, rasteiro, cruel, desprezível, asqueroso e abominável como Donald Trump, que é discípulo de Roy Cohn, criatura capaz de provocar ânsias de vômito no ser mais desprovido de escrúpulos. Trump exercerá sua tirania com o respaldo de um Congresso que será mero homologador de seus atos, assim como Maduro na Venezuela.

Acho que qualificar um ditador com tudo o que atribuí ao desqualificado futuro mandatário é redundância, já que não tenho notícias de autocratas inteligentes.  Há viúvas taradas do Hitler que conferem-lhe uma genialidade que a meu ver não foi além do dom de manipular um  desesperado e desnorteado povo alemão, mentalmente exaurido, além de humilhado e espezinhado pelos países vencedores da I Grande Guerra. O resto o Exército Alemão fez.

Os autocratas só têm respaldo das elites e das forças armadas, grupos sempre com interesses diretos nos efeitos dos desmandos desses antidemocratas perversos e chinfrins.  São na verdade marionetes do poder econômico.

O que dói mais, entretanto, é a absoluta nudez de memória dos povos e a inexplicável afeição desses aos regimes totalitários.  O Brasil é um desolador exemplo disso, o que se nota pelas demonstrações de simpatia dos paulistas pela polícia do Tarcísio de Freitas, pela mais absurda projeção eleitoral do jocoso e perigoso Pablo Marçal e vitória eleitoral de Ricardo Nunes, com o agravante de que Tarcísio, escravo político de Bolsonaro, é sonho de consumo de eleitores de vários estados do Brasil -- a partir, é claro, da indisfarçável ajuda da Globo e de toda a grande mídia, com o destaque de que o império dos Marinho  é uma partidária extremosa e com alto furor uterino do inconsistente e fascistoide governador. 

Em suma, Brasil e mundo tendem a dar uma grande guinada para a extrema-direita, e os efeitos disso vão ser simplesmente, absolutamente nefastos e devastadores.