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sábado, 31 de dezembro de 2016

QUANDO MEU AMOR CHEGAR

QUANDO MEU AMOR CHEGAR

Quando meu amor chegar,
me encontrará com rugas diversas
e um afeto sem medidas no olhar.

Entrará na casa ventilada e fresca,
com aroma de alumbramento no ar.

Trará paz e   doçura no abraço
e, sem defesas, irei me encantar.

Terá nos meus braços o apego mais fundo
e em meu verbo um resquício de infância
que o tempo inclemente não conseguiu me roubar.

Minhas mãos de carinho terão tanta entrega,
meu beijo e meu corpo terão tanta sede,
que de todas as dádivas a farei a maior.

Deitará a cabeça em meu peito e será tão menina,
absorta em canções tão bonitas de ouvir.
Terá os olhos perdidos no teto  do quarto,
sem saber distinguir o viver do sonhar.

Quando meu amor chegar,
achará pronta a casa pro seu aconchego.
Afagando os lençóis, tocará levemente
em arbustos sedosos, sublimes do Céu.

Quando meu amor chegar,
iremos cantar e dançar casa adentro,
espalhar alegria por todos os ventos
degustar a delícia de viver para amar.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

A NOSSA CLASSE POLÍTICA É, RESSALVADAS AS POUCAS EXCEÇÕES, A MAIS SÓRDIDA, RASTEIRA E REPULSIVA DO MUNDO.

Barão da Mata

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

TERRA MEGERA

Adeus, esperança...
Segue pra paragens bem distantes
porque em mim há muito tempo, esperança, não estás. 
Vê se para de iludir os meus irmãos inconscientes.
Vai, e eu fico aqui sem norte,
tão perdido, massacrado, forasteiro, nesta terra onde nasci.
Parte agora, esperança, porque aqui não tens lugar.


Esta terra é salafrária e não conhece compaixão.
Esta terra é tão iníqua e maltrata os próprios filhos
como fossem enteados oriundos da traição.
Ai,  a terra é tão madrasta a nos olhar com olhos maus.
Ah, se fico nesta terra é que é tarde pra partir
e abraçar-te feliz em outros chãos.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

SABORES E AROMAS

Ela é tão docemente bonita,
que, eu acho, tem manga no hálito,
na boca, sabor de baunilha,
na pele, cheiro e gosto de pera
e nas íntimas partes, odor de jasmim.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A REVOLTA E O AMOR

Hoje eu queria fazer uma revolução
mundial
e fazer valer minha visão de bondade e justiça,
e depois beijar longamente a mulher que quero,
enquanto acariciasse suavemente a minha cadela,
e eternizar este momento sublime de paz.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

TEMER É REPRESENTANTE DE UM CAPITALISMO AINDA ESCRAVOCRATA

Para começar, como sabemos, a abolição dos escravos no mundo inteiro não teve nenhuma motivação humanística, mas puramente econômica.  O planeta levou em torno de cinco mil anos para entender que um trabalhador assalariado sai bem mais barato do que um escravo.   O Brasil foi lamentavelmente o último país do mundo a compreender isto.
Com a Revolução industrial, em meados do século XVIII, os países passam a precisar de uma massa assalariada para consumir os artigos industrializados.  Os barões da indústria precisavam acumular riquezas a partir do consumo das classes trabalhadoras, mas nem por um momento tais riquezas foram distribuídas de forma justa, mas tão somente concentradas nas mãos de poucos.
O contexto hoje é o mesmo.    O capitalismo industrial deu lugar ao capitalismo financeiro.  A concentração de renda continua incidente e não deixa dúvidas de que as coisas assim serão para todo o sempre.  Mas há um grande diferencial entre os países ricos e o Brasil.  
Nos países de primeiro mundo há um respeito maior às classes trabalhadoras, há maior valorização da mão-de-obra, o Estado garante requisitos básicos como saúde, educação, habitação, e as corporações se agrupam em instituições sindicais mais sérias e mais sólidas.  Ou seja, os laboradores do Brasil estão longe de ter o mesmo poder de fogo dos europeus e americanos, e,  se Estados Unidos e Inglaterra estão entre os capitalismos mais selvagens do planeta, por outro lado mantêm uma relação menos cruel com os seus assalariados, que gozam de melhor remuneração e maior assistência social. Enquanto o Brasil ainda é escravocrata. Não consegue até hoje entender que que uma massa bem remunerada só viria a fortalecer a indústria e a atividade comercial, traria desenvolvimento, geraria ainda mais emprego e daria vida a uma sociedade desenvolvida.
Mas os capitalistas daqui são retrógrados como os donatários das capitanias hereditárias, que eram  delinquentes e assassinos sem princípios, moral ou caráter, broncos, estúpidos, preguiçosos,  não tendo outro intuito senão o de tirar vantagens de quaisquer situações que se lhes apresentassem.  Mas o mais triste é que não  houve uma mudança de mentalidade.  E uma das situações de que falo é o momento presente,  frágil e crítico,  da economia nacional.  Os donatários passaram a seus filhos sua visão econômica perniciosa, e estes por sua vez fizeram o mesmo em relação aos descendentes, e foi assim sucessivamente: pai passando para filho ideias nocivas de capitalismo, até os dias de hoje, e os capitalistas atrasados de agora, representados pelo governo Temer, valem-se deste momento delicado para imporem à sociedade uma reforma trabalhista e previdenciária  inaceitáveis e de uma crueldade social que o mundo talvez jamais haja experimentado.  Oportunistas, querem passar à opinião pública a ideia de que é o único meio de tirar o Brasil da crise.  
Incompreensível o fato de o fato de a população não sair às ruas todos os dias para protestar contra projetos tão estapafúrdios e demoníacos.   O Brasil quer criar uma mão-de-obra quase escrava, ainda não conseguiu entender que o trabalhador satisfatoriamente assalariado é um consumidor em potencial que levaria o país ao desenvolvimento tão propalado, sonhado e jamais conquistado.  Aliás, o Brasil ainda não consegue sequer entender por que em 1888 a Lei Áurea soltou as amarras dos escravos, que para os empresários poderiam perfeitamente estar a trabalhar gratuitamente, embora custassem uma verdadeira fortuna aos seus senhores e nada pudessem comprar.  Despido da mais diminuta compaixão ou do menor fragmento de inteligência, prefere atribuir o ato a uma caridade sem razão nem cabimento da Princesa Isabel.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

.

O menos ruim é ruim também e só irá lhe fazer mal.  Se acha todos os candidatos ruins, vote nulo.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

POEMA DRAMÁTICO

Miro o espelho e avisto os acenos
da velhice que vem me chegando.
Vejo em ti que a juventude saltita
e parece contagiar o universo
da alegria do teu rosto travesso.
Eu te vejo menina e tão viva
e te amo com ternura infinita.
Mas faço que saias, te evadas
de um modo que é qual sorrateiro,
como eu fora morrer entre as águas
e te desse a jangada que salva,
pra poderes brincar pelos dias.

Ah,  pousar nos joelhos meu rosto
e chorar convulsivo, abundante,
num afã de morrer brevemente...
Mas me calo, resigno, ciente que evito
um naufrágio adiante maior.

Amanhã serei sombra tão vaga, tão leve
de um sentir que tiveste tão pleno.
Mas jamais serei teu estorvo,
o teu tédio, a canseira, teu fardo.
Te amo, mas fico, silente, quieto:
te deixo,  tão bela, tão minha,  partir.

terça-feira, 12 de julho de 2016

ELEIÇÃO NÃO É BRINCADEIRA

Adolf Hitler, Josef Stalin, Harry Truman, Nero: qual dentre estes é o menos ruim? Por quem deles você gostaria de ser assassinado?  Prefere a guilhotina de Luiz XVI ou de Robespierre? Do mesmo modo, em que políticos que acha maus votaria para ajudá-los a fazer de sua vida um inferno sem emprego, sem saúde, educação,  moradia, segurança?  Eleição não é brincadeira de criança: se não confia em ninguém, na hora de votar, não se porte como tolo: não dê força a quem quer destruí-lo:  vote nulo.






BRASIL CRISTÃO

Não é a primeira vez que digo, mas muito me impressiona o fato de que a cada dia mais e mais pessoas se voltam para Jesus.  Quando acrescentarem a isto um pouco de bondade e caráter, o Brasil vai  ter uma sociedade invejável.

PELA LIBERDADE RELIGIOSA E DE NÃO CRER


Numa roda de conversas, na sexta-feira passada,  fui não ofendido, mas desqualificado por ter declarado que não creio em Deus.  Um professor disse que já elaborou diversas teses, com base em várias seitas, religiões e filosofias, que praticamente "provam" a existência de Deus. Puxa! O maior sábio de todos os tempos! Tem respostas a todas as indagações da humanidade. Será que tenho de no mínimo me formar em teologia para conceber minha descrença em Deus? Quando falei de uma filosofia espírita chamada "Racionalismo Cristão", que vê Jesus não como profeta ou santo, mas um filósofo a ser seguido, filosofia esta que crê em evolução espiritual , em planos astrais inferior e superior, mas,  NÃO CONTRADITORIAMENTE, deixa de de acreditar num comandante supremo do Universo... Quando falei desta filosofia, ele me disse que é impossível uma instituição espiritualista ser cristã e ao mesmo tempo racionalista:  prega a fé cega? A mesma que levou ao hitlerismo,  ao lulopetismo, ao stalinismo, etc...?  Afinal de contas,  somos ou  não somos um Estado laico?   O Brasil é teocrático?  Ateísmo é profissão de maucaratismo e crueldade? Sei que é literalmente não crer em Deus, mas não necessariamente materialismo absoluto.  No meu caso específico, apesar de eu ter  conhecimento de inumeráveis fenômenos, acho bastante questionável, mas em alguma análise até possível a sobrevivência de algo racional à morte do corpo.  Mas isso meu  fica muito longe de religião ou doutrina.  Entretanto volto à pergunta: somos um Estado religioso?  Qual a nossa religião oficial? O catolicismo ou o protestantismo batista, metodista ou o do Edyr Macedo, Valdemiro, Malafaia e companhia?
O Brasil é a capital mundial não só da pilantragem, mas também da hipocrisia: duvido muito de que essas pessoas creiam em Deus cegamente como dizem crer: é que, pelo sim, pelo não, pisam firme dizendo que creem numa tentativa de não serem castigadas por descrença ou dúvida: vai que Deus existe e resolva jogar sobre os incrédulos e hesitantes  sua ira... Pois é: dizer que crê, para eles, livra-os que qualquer hipotética punição. 
Contudo, é muito bom que parem de ver um ateu como um demônio ou um jupiteriano com a caixa de Pandora debaixo do braço.   Porque corremos o risco de ser agredidos como foram os candomblecistas atacados por perversos e perigosíssimos fundamentalistas evangélicos.  Por isto, meu grito é de VIVA A LIBERDADE RELIGIOSA E A LIBERDADE DE NÃO CRER!!! 

segunda-feira, 20 de junho de 2016

MELANCOLIA II

Não ruminar a dor e tirar os olhos de dentro da escuridão da alma.
Debruçar-se à janela e voltar os olhos para a vida lá fora,
Atirar-se na vida que existe lá fora...
Atirar-se na vida que existe lá fora...
Mas como, se não há vida lá fora,
Como não há vida nas ruas, na cidade, no país,
E o mundo se tornou um deserto imensurável,
E as assombrações vagueiam tristemente por todo lugar,
Num silêncio tão noturno e tumular?
Como, se a noite que cobre o peito magoado
Se expandiu no universo por inteiro,
E o dia parece que não mais se acenderá?

Como, se os ventos lamentosos percorrem os desertos incontáveis,
E não há voz nem som de um instrumento
Que traga à quietude alguma poesia?

Como, se a morte se apossou da alma,
Se a alma se apagou de sombras,
E as assombrações, assustadoras,
Vagueiam, senhoras da tristeza e do medo,
No seu macambúzio semblante de morte?

2012

domingo, 5 de junho de 2016

NÃO HÁ ESTADO DE DIREITO NO BRASIL

Uma autoridade colocou uma funcionária pública à disposição do órgão onde ambos trabalham, determinando que fosse verificada se o estatuto funcional previa punição para o ato que praticara.  O ato? Ofensa de forma genérica numa página de rede social à classe a que pertence a autoridade que a puniu.
Ações julgadas e transitadas em julgado são rejulgadas no mérito anos depois, banindo de vez do país a chamada segurança jurídica.
Minhas postagens no Google+ somem sistematicamente.  Um detalhe: todas criticavam Temer e seus (in)fiéis escudeiros.  Talvez por obra de algum fofoqueiro barato e desocupado muito afeito a isso que chamam de nova ordem política.  Mas não deixa de ser uma grave censura, um atentado à liberdade de expressão.
Nunca acreditei em Estado democrático de direito aqui nesta república, mas hoje ele está ainda mais ausente e raquítico do que no tempo do famigerado luopetismo.  Se o governo do PT já cerceava muitas liberdades, se Dilma dava sinais muito cristalinos de que pretendia governar despoticamente, a era Temer me parece igualmente pavorosa.
Não há porões, não há torturas (pelo menos ao que eu saiba), mas há uma ditadura em curso. Mas vivemos vigiados, tolhidos, espreitados. Se Temer não é centralizador, pior ainda:  o totalitarismo é praticado por muitos personagens.  
É a volta dos tempos de autoritarismo e obscurantismo vividos na ditadura militar. 

Barão da Mata

domingo, 29 de maio de 2016

O OPORTUNISMO DE TEMER E SEUS TECNOCRATAS


Já reconheci aqui exaustivamente que o capitalismo é um mal não necessário, mas inevitável e que, justamente por ser um mal - como a índole humana -, precisa ser tolhido e limitado por uma legislação que contenha seus ímpetos vampirescos.  Longe de mim sentir  saudade do lulopetismo ou desejo de que Dilma reassuma o governo.  O lulopetismo foi uma aventura em que o Brasil se envolveu para ser ludibriado e devastado por alguns políticos petistas e da base aliada, no maior arrastão da história do planeta.  Como não bastasse ter feito tudo o que fez, o PT nos deixou como herança Temer e seu governo ultrarreacionário, absolutamente avesso ao progresso social, que, numa atitude de absoluto oportunismo, aproveita-se da crise econômica para dela tirar partido, pregar que é preciso reformar a previdência social, ferindo assim os direitos previdenciários de quem já está no mercado de trabalhando, alegando que não há direito adquirido, mas "expectativa de direito".  Não sou jurista, mas discordo veementemente, porque não se pode mudar um contrato em pleno vigor sem a concordância de ambas as partes. No nosso caso, ingressamos no mercado sob um contrato implícito, sob garantias que nos ameaçam roubar no decorrer da vigência do pacto. Além dos tecnocratas Temer, Meirelles e Cia. quererem condicionar nossas aposentadorias ao atestado de óbito, ainda valem-se do ensejo para tentar empurrar goela abaixo da classe trabalhadora a reforma trabalhista, que suprime férias remuneradas, décimo-terceiro salário, fundo de garantia, outros direitos, sob a desculpa de que pretendem reestimular a demanda de mão-de-obra por parte das empresas. Mentira! É tudo mentira!  O que pretendem na verdade é baratear ainda mais a força de trabalho nacional, para que os estrangeiros aqui  invistam e tenham lucros ainda mais estratosféricos do que os que já têm.  Falam em competitividade no mercado internacional e utilizam outras falácias, mas é tudo sofisma e mentira deslavada.  É puro atendimento a uma antiga demanda dos empresários nacionais e internacionais.
Aprovar a reforma trabalhista é criar um modelo econômico ainda mais concentrador de renda, uma tentativa de fazer que a indústria e o comércio naveguem de vento em popa enquanto a classe trabalhadora simplesmente se miserabilize.  De nada adianta um empresariado vigoroso com empregados famintos.
No caso da previdência, têm os governantes desta nação a obrigação de respeitar os direitos adquiridos dos que já se encontram trabalhando, ainda que hajam de sobretaxar os bancos para arcar com sua responsabilidade quanto aos futuros aposentados e pensionistas.  Não só de pagar as futuras aposentadorias, como de manter as já consumadas incólumes.
Repito que não há motivos para nostalgias: o lulopetismo é igualmente tecnocrático, seguirá a receita de Temer caso  Dilma retorne ao Planalto, nunca enfrentou banqueiros, instituiu esmolas mas não implementou uma  lei salarial justa, não distribuiu renda, fingiu que é socialista mas é conservador, não investiu na saúde, na educação, na segurança,  levou hospitais à falência e ao fechamento, causou desemprego, fome, morte nas emergências, sucateou a Petrobrás e levou as finanças nacionais a um quadro deplorável.  
Se Temer diz que vai cortar 4.000 cargos comissionados políticos, não está mais do que podando a ponta do iceberg.  Poderia contar inúmeros outros mais, sobretudo aqueles que são de interesse da base aliada agora sua.  Isto ajudaria o setor público a arcar com suas responsabilidades relativas às categorias laboradoras.
Não nos deixemos emprenhar pelo discursinho dos jornalistas globais ou de outras emissoras, porque a mídia está sempre do lado do poder ou de quem está em vias de abocanhar o poder.   Os mesmos jornalistas que hoje atacam Dilma e o PT são os mesmos que há menos de um ano defendiam-nos com unhas e dentes, dentro daquele antiga  troca de favores entre imprensa e governo, em que comentaristas e âncoras mantêm a aprovação e poupularidade de quem governa enquanto seus patrões são contemplados com uma série de préstimos que só quem tem nas mãos a máquina pública pode oferecer.

SE OS ECONOMISTAS COMETEM UM MONTE DE ASNEIRAS, POR QUE NÃO POSSO DIZÊ-LAS?

Se a solução de nossos problemas passasse pelos economistas, seríamos uma grande potência econômica.  Se não somos, é porque não são eles muito versados.  Por isto, sinto-me bastante à vontade para falar de um assunto cujos especialistas não conseguem resolver.
Primeiro: não há por que se falar em direita, se não existe um contraponto, um ponto antagônico para que se estabeleça uma equiparação: em outras palavras, não há esquerda.  Há quem detém e quem quer deter o poder. Na França pós-revolução, esquerda passou a designar os opositores ao governo revolucionário, que se sentavam ao lado esquerdo do parlamento.  Hoje define os que dizem professar o socialismo, que por sua vez não é mais que uma utopia. Utopia porque nunca foi posto em prática em qualquer parte do mundo.  É apenas uma doutrina longe de se alicerçar na realidade, assim como as doutrinas religiosas: catolicismo, protestantismo, kardecismo, etc...
O fato de não existir esquerda nem direita não exime todavia o capitalismo de toda a crueldade que encerra, que carrega dentro de si.  Porque é perverso como a natureza humana, que demanda sempre leis que tentam conter sua inerente maldade.  Noutras palavras, se o capitalismo é invevitável como a má-índole humana, e fazem-se leis para conter esta má-índole, é preciso que haja dispositivos que controlem os ímpetos  cruéis da economia de mercado, liberalismo econômico ou que outra definição possa ter.
É preciso haver garantia de empregos, de salários dignos, de saúde, de educação, de habitação, de segurança, atenuação da concentração de renda e a inserção ao menos da maioria absoluta no contexto sócio-econômico.  São pontos irrefutáveis a que só daria vida uma legislação que desonerasse a mão-de-obra e suprisse as carências decorrentes desta renúncia fiscal na taxação das grandes fortunas, grandes heranças e dos grandes lucros dos bancos.  Far-se-ia mister que os empresários fossem compelidos a pagar melhores salários, pois, desonerada a força de trabalho, melhores condições teriam os empregadores de melhor remunerar seus funcionários.  
A extinção do excesso de cargos comissionados no serviço público, aliado a um ostensivo combate à corrupção e a uma taxação considerável dos ricos somada ao menor investimento dos governos em autopropaganda, permitiria ao Estado construir hospitais e escolas com equipamentos e funcionários de qualidade e atendimento pleno; dar-lhe-ia condições de criar uma política habitacional concreta ao invés de populista e demagógica, isto a partir de um programa sério de financiamentos e construção de habitações populares - como havia nos anos 1960-1970, quando tínhamos conjuntos de habitação do IPASE, IAPI, COPEG, outros, todos bancados pelo Governo Federal, que era militar e estava muitíssimo longe de ter pensamento estatista ou socialista.  Não vai daqui um elogio aos governos militares, mas o reconhecimento de que estes ao menos  tinham consciência do papel social que deve ter primordialmente qualquer governo.
As melhorias na área de segurança podem ser obtidas  através da redução dos gastos governamentais com os presidiários, exigindo-lhes que produzam para seu próprio sustento e manutenção dentro dos presídios, onde trabalhariam ao invés de se darem à ociosidade para bolarem e articularem atividades criminosas.  Não se pode negar aqui que é preciso melhorar e muito, e urgentemente(!),  as condições carcerárias dos presos, mas a empresa de torná-los produtivos, auxiliada pela arrecadação obtida dos milionários, bancaria facilmente melhores acomodações e menores riscos de violências para estes.  A Constituição não permite que um preso seja compelido a trabalhar? Pois que se mude a Constituição(!), sempre modificada ou estuprada para atender aos interesses geralmente pessoais dos políticos e governantes.
Não defendo aqui a estatização da indústria, do comércio, da área produtiva, mas a educação, saúde e segurança, privadas ou públicas, são responsabilidades e obrigações irretorquíveis de todos os governantes, que deveriam responder criminalmente por não cumpri-las.
Se digo que o socialismo é uma utopia, não replico que esta minha tese possa igualmente ser vista como uma série de devaneios, porque jamais haverá um grupo de políticos com a coragem e o interesse de criar pesados impostos sobre a gigantesca arrecadação dos bancos e dos milionários, por conta justamente do  poder de barganha e ascendência que têm estes sobre a classe política. Nunca serão supertributados exatamente por serem milionários.  E porque os políticos existem ironicamente para defender os interesses do poder econômico.  O sistema carcerário  jamais será reformulado porque exige empenho e vontade de trabalhar e não resulta em votos, e político não quer trabalho nem aporrinhações senão em prol de benefícios próprios.  Sem a redução da corrupção,  a maior tributação das fortunas, heranças e imensuráveis ganhos e a extinção das funções comissionadas políticas,  não haverá uma desoneração da mão-de-obra, e o emprego continuará escasso, e os salários, aviltados.  Não haverá maior oferta de educação e saúde pelos mesmos motivos.
Tudo poderia melhorar, mas não estamos na Suécia: estamos no Brasil, terra de espertalhões, onde pra começar a corrupção é cultural e profundamente arraigada ao pensamento brasileiro, pois é herança dos donatários das capitanias hereditárias, escória da sociedade portuguesa que passou para seus filhos sua mentalidade torpe.  Assim, tal mentalidade sórdida vem sendo passada de pai para filho ao longo de mais de quinhentos anos.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

VEM, VIDA!

Vem, ah(!), vida em plenitude, me renasce,
Vem brotar do olhar mais doce da morena
Ou de um tempo claro e novo que amanheça.

Vem, me brilha como lua ou sóis, estrelas,
Vem dançar e saltitar aqui no peito.
Ai, não deixes que a tristeza me aquebrante
E arrefece toda dor que em mim lateja.

Vem pulsante qual meu peito, como as veias,
Vem vibrante como as tardes mais festivas,
Vem, me traze o canto, as cores da alegria
E me faze assim feliz qual renascesse.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

O CAOS DA MORAL POLÍTICA PODERÁ DAR VIDA A UM MONSTRO


Nem se sabe ao certo se Dilma vai ser afastada e se Temer assumirá, e já sou um ferrenho opositor do possível futuro presidente e de todo o seu séquito.   Lamentavelmente a ideia de uma nova eleição presidencial é, esta sim, uma intenção golpista do PT, que conta com a descabida e inacreditável projeção eleitoral  de Lula caso novo sufrágio fosse convocado.  Além disto, neste momento o Brasil carece demais de opções  para a presidência.  Ficaríamos com Aécio, que disse que o Brasil sob sua gestão seria tratado como empresa? Ou seja, o que não desse lucro seria descartado.  O que seria então dos aposentados e pensionistas? Teriam seus direitos reduzidos ou suprimidos?  Os hospitais públicos teriam suas portas cerradas em  definitivo?  Os salários dos trabalhadores ativos, públicos ou privados, tornar-se-iam meras ajudas de custo?
Na alternativa Marina Silva, volta-me à lembrança que esta, na campanha de 2014, em resposta aos ataques desleais de Dilma, disse que a presidente reeleita deveria cuidar de reformar de uma vez por todas a CLT.  Seria então o tão pretendido (pelos empresários e políticos conservadores) fim do décimo terceiro salário e das férias remuneradas, do FGTS, da jornada máxima de trabalho?  O que pretende essa senhora, que tem formação política progressista e defende uma medida reacionária?
E Lula?  Salvador da pátria para os iludidos e os simplórios,  mas um aventureiro oportunista que agregou em torno dos governos petistas uma legião de corruptos, que saquearam a nação e a deixaram num estado deplorável  e talvez irremediável; que para manter seu partido no poder recorre ao periculoso expediente de jogar os chamados movimentos sociais contra a sociedade inteira, conclamando-os a fazer manifestações barulhentas e quase ameaçadoras, não poupando a população brasileira de seus discuros inflamados e pejados de ameaças veladas ou até mesmo bastante claras.  O que nos traria esse mito de papelão senão uma versão brasileira do chavismo, com cerceio das liberdades dos cidadãos e da imprensa, com todas as mazelas e percalços e infortúnios típicos das ditaduras populistas? 
E uma alternativa vinda do PSOL ou PSTU ?  Como acreditar em agremiações que, vendendo uma imagem de progressistas, ante toda a gravidade e inviabilidade mais do que óbvia da permanência do PT no governo, teimaram em dizer "não" ou em omitir-se quanto ao encaminhamento do processo de "impeachment" de Dilma ao Senado?   Como não bastasse o PT haver colocado em xeque a credibilidade de todas as forças rotuladas de esquerdas,  partidos como PSOL e PSTU optaram por atirar no próprio pé com sua intransigência em oporem-se ao afastamento de Dilma.  A opinião pública doravante verá todas essas correntes, se comparadas ao partido de Dilma e Lula, como farinha do mesmo saco.  E francamente não sei se estará errando.  Porque a postura desses partidos mais parece uma confissão estapafúrdia e incompreensível de uma culpa que não se tem, pelo fito único de lutar pela impunidade dos assemelhados. 
Não vou falar no PSB, PC do B com Jandira Feghali e companhia, outros partidos igualmente oportunistas, porque não são alternativas a nada, e prova disto é que em 1986 os comunistas, com discursos veementes de Jandira, apoiaram Moreira Franco e o "companheiro" José Sarney. 
O palpite que tenho é que, com a crise ética vivida pelo Brasil há alguns decênios - e acentuada assustadoramente nas gestões petistas - ,  levando em conta que toda crise ética faz emergir oportunistas que se dizem bastiões quase messiânicos da moralidade... Considerando os fatos, penso que crescerá no cenário político nacional algum falso moralista autoritário, que encontrará no eleitorado respaldo para o seu verbo e seus atos proibitivos a tudo quanto se possa chamar liberdade.  Trará de volta a censura às artes, à música, ao teatro, aos meios de comunicação, implementará um regime duro,  e o Brasil se verá preso numa armadilha montada por uma retórica inconsistente, mas que encontrará acolhida nas pessoas cansadas de tanta imoralidade no campo político.  
Este papel poderia agora caber a Jair Bolsonaro, mas este caiu em desgraça ao cometer o erro capital de homenagear o atroz Brilhante Ustra em plena votação do encaminhamento do "impeachment".  Assim, abriu espaço para algum levy fidélix ou coisa do gênero que se disponha no momento oportuno a topar a empreitada com chances bastante  palpáveis de sucesso.

sábado, 9 de abril de 2016

A MULHER MADURA

A mulher madura
que se decota,
que mostra o ventre,
que exibe as coxas,
que põe biquíni,
que se desnuda...
Ah, mas como ela é bela
nas suas formas já não mais tão perfeitas!

A mulher madura...
Ah, mas como acende
os meus instintos de macho
e os meus enlevos mais juvenis!

domingo, 28 de fevereiro de 2016

O ICONOCLASTA

Não exaltarei salafrários engomados e com títulos pomposos
Que detêm nas mãos sujas poder e autoridade imerecida.
Não farei reverências a senhores e doutores,
Sobretudo pela parca moral das pessoas
Para o exercício do mando, poder, senhoria.

Não farei louvações a calhordas de terno
Que decidem destino de gentes e povos sofridos,
Que fazem das vestes capa de suas sarnas malditas,
De sua podridão intrínseca, vindas da mente abjeta.

Não homenageio fraques, fardas, coroas e togas,
Porque conheço profundamente a pequenez dos homens.
Não farei vivas a abastados ridículos
No alto de suas fortunas como de pedestais.

Não farei canto a gente emproada, arrogante
Que se vê qual deidade de carne e de osso.
Não farei verso a enfeitados de ouro e de brilho,
A criaturas cheias de "cumpra-se" e "faça-se".
Não saudarei quepes, brasões e divisas.

Também não cultuarei mitos e grandiosos de plástico.
Ao contrário: desmantelo os mitos, dissolvo os heróis
Com o meu senso de realidade iniludível.
Os mitos arrotam, engasgam, são bem como nós;
Heróis, se algum há, quero ver e tocar.

Eu vejo a cara dos homens tal como é a cara dos homens.
Não me iludo ou fascino, imune a todos embustes.
Ninguém a meus olhos fará belo o que é feio,
Fará grande o que é mero, é reles, é vil.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

O METAFÍSICO E A POESIA

Quando um homem se comove por um poema que lê ou música que escuta...
quando ainda o toca um filme, um conto, romance,  peça, uma novela
ou ainda uma lembrança emocionante que lhe assalte a memória...
quando a comoção lhe bole fundo, e ele se desnuda dos seus ódios e torpezas,
das maldades, das vilezas e pequenezes tão peculiares...
quando a emoção o faz humilde, inofensivo, terno, um ser purificado...
quando o arrebata um sentimento que o desvanece docemente...
é a poesia que opera o milagre que atribui-se aos santos e aos deuses improváveis
e lhe traz do fundo d'alma o anjo puro e emocionado que ele tem dentro de si.
E é a poesia  o ponto onde se encontra esse anjo belo
co'as correntes mentais benignas do cosmo;
ou faz então  que se juntem   mentes encantadas igualmente.
Assim, enfim, caso haja o metafísico, a união benévola das ondas que há nas mentes
fará que vejamos que não há linha qualquer que o separe do que é físico,
e a poesia assim será um dos tantos reveladores elementos
que fará que enfim nós enxerguemos
que a Lua e os homens, a Terra e os bichos, que o Universo
somos um só.


sábado, 30 de janeiro de 2016

QUEM DISSE QUE HITLER MORREU?

Tenho visto os analistas morrerem de rir com os impropérios de Donald Trump, como se ele não fosse mais que uma figura engraçada e inofensiva, e estivéssemos fora de alcance em sua suposta linha de ação.   Acontece que esse cara, candidatao a candidato a presidente dos E.U.A. pelo Partido Republicano, já ostentando a primeira posição na preferência dos eleitores do partido, está em vias de concorrer com o representanto do Partido Democrata e ganhar as eleições americanas.  Poderíamos dizer: e o que temos a ver com a eleição presidencial dos americanos lá do Norte?  Mas infelizmente eu responderia: tudo.  O que difere esse homem de Adolf Hitler é que este não é antissemita.  No mais, é imperialista, igualmente racista, ou do contrário não teria aparecido na mídia mandando de forma arrogante que os refugiados da Síria voltassem pra seu país em guerra civil sangrenta.  

Donald Trump é de extrema-direita, da linha de George Bush(pai), George W. Bush(filho), Ronald Reagan, e representa um grande perigo para países que, como o Brasil, não detêm armamento atômico.
Lembro-me de que, ao final do mandato,  após devastar o Afeganistão e invadir o Iraque, e ainda ameaçar a Arábia Saudita,  Bush filho voltou os olhos para a tríplice fronteira Brasil-Argentina-Paraguai, procurando chifre em cabeça de porco e um pretexto para nos atacar aqui e descarregar sua adrenalina belicosa de um sujeito obscuro com obsessão pela guerra.  Embora estejamaos economicamente combalidos, temos muito a dar ou ser usurpado pelas grandes potências.  Quem sabe Trump não viria para dar início àquilo que seu antecessor democrata não começou?  Além, claro, de dar continuidade ao que o outro começara.
Se não podemos interferir nas eleições de lá, temos de pelo menos estar atentos ao processo eleitoral norteamericano e torcer para que o bom senso e o espírito de paz deem rumo ao eleitorado americano, e futuramente isso que mais parece um divertido bobo da Corte não se torne um rei de um imperialismo perverso e avassalador.

Barão da Mata