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domingo, 16 de junho de 2019
BAIRRO PERIFÉRICO
O sol se pondo, a tarde morna,
os operários e suas mochilas.
Ladeiras, ruas, vilelas,
mulheres de curtos vestidos,
decotes protuberantes.
Crianças brincando em calçadas,
poema quente ao crepúsculo.
Os homens, mulheres chegando
e entrando em casas pequenas,
despindo as vestes suadas.
Vai caindo a noite, quase festiva.
Os homens apertam as mulheres,
e estas se dão, sequiosas.
Suor, o sêmen, os fluidos,
verão acendendo os desejos:
quão linda é a magia do sexo!
Conversas, os risos, as mesas,
a dança dos copos nos bares.
Tevês, novelas, notícias,
queixumes, atrito nas casas.
Existe a tensão n'alguns becos
onde homens suspeitos conversam
e quase nunca sorriem,
e o bairro lhes é como um servo.
A Lua, redonda, bonita,
reluz sobre as casas e bares,
prateia os telhados e muros,
atiça a alegria da gente
e é um canto lotado de vida.
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