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sábado, 9 de janeiro de 2021

AUTOBIOGRAFIA POÉTICA

 Vida, vivi tantos tantos amores

E provei tantas paixões, 

Amargando muitas dores;

Mas em mim há uma certeza:

As paixões têm gosto bom

Como manga e qual morango,

Como pera  e como anis.


Vida, degustei das aventuras.

Mundo, toda esbórnia é um poema,

Tarde clara em brando sol,

Primavera dentro d'alma

A sambar, vibrar em festa.


Ah, sofri tanto de amores!

Fiz sofrer certas mulheres, 

Mas me dei aos sentimentos 

Como um cão cheio de afetos,

Turbilhão sentimental.


Nunca fui religioso,

Não vivi o que é virtude, 

Mas virtude o que é, enfim?


Não juntei nenhum dinheiro,

Não me fiz um venerado

Pelo que é material.


Morte, sei, quando vieres,

Não trarás poema ou música,

Mas só dor e sofrimento;

Entretanto tua antítese

Eu vivi com toda a gana,

Cultivei as emoções 

Com o zelo de quem cuida

De jardins pelos quintais.













 


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