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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

FERNANDO HENRIQUE FOI PEÇA FUNDAMENTAL NA DERROTA DE AÉCIO

O homem, no quarto de hospital, suplica à esposa:
- Por favor... não... me deixa... morrer!
- Não, meu amor, - ela replica - você... você... não vai mor..rer, nããão...
- Então por que ... o quarto...arrg! tá cheio de gente?
- É que você é muito querido, meu amor...  O médico falou que você tá muito bem...
- E por que ele bateu do lado de fora da porta e perguntou: "Já foi?"
A mulher se embaraça um pouco e a seguir se recompõe:
- Nã-não, amor! Ele tava se referindo à revista que eu fiquei de comprar pra você.  Lembra, que eu falei pra ele na tua frente que ia dar uma saidinha  pra comprar uma revista de turismo pra você?
- É?... E...arrg! esse cara todo de preto que tá me medindo todinho?
- Ah, aamoooor!  Esse é o alfaiate, que vai fazer uma roupinha bonita prá tua alta?
- E esse padre com essa bíblia e esse crucifixo?
- Veio rezar pra você ficar bom rápido.
- É? Então por que minhas mãos tão roxas?
- É essa friagem danada,  meu amor !
- É?... Então como é que vocês tão todos suando?
Certas coisas é impossível esconder.  Não há como negar, dissimular, apagar da memória.
A anedota apenas ilustra o que foi o tiro de misericórdia que abateu Aécio, apesar da grande performance que o senador teve nestas eleições: a memória da gestão Fernando Henrique.
Não nego que nunca vi, em todos os meus anos de vida, uma campnha campanha tão sem ética  e sem decência, e tão lamentável como a da presidente nestas eleições.  O PT indignou os brasileiros de caráter e de bom senso com seus programas eleitorais e debates.  Foi a propaganda política  mais vegonhosa talvez de toda a história do Brasil.  Mas venceu.  Lamentavelmente.  
Não lamento contudo pelo PSDB, pois, para ser franco, votei nulo, porque não havia como apoiar a permanência do PT no poder após tantos e tantos casos de corrupção cercados de tanta leniência, somados à arrogância e à tendência autoritária revoltantes da chegfe do governo, além da presença constante de Lula em todos os  momentos nacionais.  Não, não votaria no PT nem com com um cano de espingarda apontado prá cabeça.  Mas também não votaria no PSDB.
Fernando Henrique pautou sua carreira política em ideais socialistas e, quando viu-se investido do cargo de Presidente da República, governou de um modo cruelmente tecnocrático,  implantou uma recessão desesperadora, inverteu todos os valores sociais, tentando passar à opinião pública a ideia de que era bonito desempregar e aviltar salários, e os atos do seu governo jogaram milhões de trabalhadores na rua da amargura.  A campanha de Dilma foi absolutamente condenável, mas o que mais assustou os eleitores com consciência social e política foi o fato de esta haver  refrescado insistentemente a memória do eleitorado, trazendo sempre à baila   a lembrança da  forma ultrarreacionária de governar do ex-mandatário, sem se esquecer de que este enviara ao Congresso um projeto crudelíssimo de reforma trabalhista, que pretendia suprimir vários direitos sem poupar férias e décimo terceiro salário.
Aécio não tinha saída: se rompesse com FH, o PSDB lhe daria as costas.  Uma vez questionado pela adversária com relação ao ex-presidente, tinha de defendê-lo e dizer-se honrado por tê-lo como apoiador.  Não foi só a falta de apoio de Minas e do Rio, aliada à projeção da adversária no Nordeste, que o derrotou:  foi a memória dos anos socialmente negros de Fernando Henrique Cardoso.
Não quero com isto dizer que o PT seja o partido dos trabalhadores:  longe disto, dever-se ia chamar PCOM, Partido dos Companheiros, ou então PC do PT, Partido dos Companheiros do Partido dos Trabalhadores, já que é uma força política que atua exclusivamente em prol de petistas e militantes, mantendo os salários baixos, a mão-de-obra desvalorizada, enquanto ilude as classes mais pobres com um bolsa-família que, apesar de ter sido muito bem digerido pela mídia, não passa de um assistencalismo barato, covarde e oportunista. Não é com esmolas que se eleva o padrão de uma sociedade, mas com empregos bem remunerados, com saúde pública de atendimento pleno, com escolas e universidades, com uma política habitacional digna do nome e uma segurança pública de verdade.   Em outras palavras, é com investimentos e com coragem e justiça que se ergue uma sociedade, não com discursos vazios e demagógicos.  Fosse o partido governista realmente voltado para as classes menos afortunadas, teria enfrentado os banqueiros e posto em prática a taxação das grandes fortunas, aumentado a carga tributária dos ricos e conferido aos aposentados salários dignos e uma vida de igual qualidade, ao invés de distribuir pão de graça e miserabilizar a classe média, que é, assim como os judeus para Hitler, o grande bode expiatório e o grande alvo dos ataques de seus governos.
Não, jamais voltaria (como fiz em 2002) a votar no partido de Lula, Dilma, Palocci, Genoíno, Dirceu e companhia, mas me é também impossível votar em Aécio Neves e seus alinhados, dentre os quais achamos sem dificuldade o DEM, que tem suas origens lá na famigerada e golpista UDN.  Além disto, se os governistas  fingem amar pobres e trabalhadores,  o PSDB e o DEM não conseguem esconder que os odeiam.  E foi justamente esse ódio insistentemente exibido triunfalmente pela presidente nos debates que feriu mortalmente o projeto pessedebista de investir o neto de Tancredo Neves na Presidência da República.



        
  

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