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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

"O PODEROSO CHEFÃO", FILME QUE QUEM NÃO VIU DEVE VER, QUEM JÁ VIU DEVE REVER

Mais vale rever uma boa obra pela milésima vez do que ver pela primeira um esterco cultural do tamanho daqueles a que a gente assiste nos dias de hoje,quando tanto rareiam as boas produções cinematográficas. E um desses filmes que você vê mil vezes sem cansar é a obra-prima que  a Paramound produziu em 1972 , com direção de Francis Ford Copolla e que  ainda hoje me embevece, por ser algo de maior que a Terra já viu: "The Godfather", baseado na obra de Mário Puzzo,  intitulada no Brasil  "O PODEROSO CHEFÃO".  

Fazendo foco sobre o jogo maquiavélico de poder entre os chefões do crime organizado, a máfia, nos idos dos anos quarenta nos Estados Unidos, relata o envolvimento de autoridades públicas corruptíveis  com a organização, fenômeno que a gente brasileira  mal entendia nas duas últimas décadas e que só percebe  após o florescimento dos grupos marginais das drogas - que arrebanharam inúmeras pessoas de cargo público de importância -, mas que já era comentado pelo chefão Don Corleone (Marlon Brando), que tinha resplado  de venais ministros, juízes, senadores... e o auxílio do consigliere  Tom Hagen ( Robert Duvall), que avaliava o tráfico de drogas, na história que retratava o ano de 1946, como o "negócio do futuro".  Como se pode ver, a profecia relata com perfeição a segurança de sucesso dos que investiram no "negócio" naquela época, e todo o contexto ligado a esta questão faz o filme atualíssimo.  E não só aí está o mérito da produção: há vários fatores que devem ser considerados, como o elenco de peso e o realismo impressionante das cenas e diálogos, as articulações e ardis engendrados pelos criminosos e as cenas e momentos que ficaram antológicos pelo poder de fazer o espectador perplexo e quedado.
O mais curioso de tudo é que, segundo conta o próprio Copolla, os produtores, capitalistas burocratas sem nenhuma noção de cinema, opuseram-se inicialmente à contratação de Al Pacino, que interpretou Michael Corleone com maestria, e ainda mantiveram o diretor constantemente sob a iminência de demissão, isto por acharem que o filme seria um fracasso de bilheteria.
Quanto aos outros dois filmes da trilogia, acho que não é preciso fazer grandes comentários, pois se incumbiram de dar continuidade ao que já era magnífico, sendo-o igualmente.

2011

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