Quando te comprimes entre tua infinita tristeza
E as paredes da tua casa cerrada para o mundo...
Quando o rebuliço do mundo tão cheio de fatos e gente e surpresas
Não mais te convida ou te faz curioso...
Quando tudo te parece noite, não a noite dos poetas,
Dos lascivos e dos incorrigíveis boêmios,
Mas a noite deserta e de escuridão cegante,
Produzida pela tua incessante melancolia...
Quando não te parece mais haver desejos,
Projetos, claridade, horizonte ou nascer de outro dia...
Quando te parecem iguais rigorosamente todos os dias...
Que morte desejas do fundo do teu peito dolorido
E temes de forma insana, das brenhas da tua alma aterrorizada,
Atemorizada diante da morte e da vida ?
Em que labirinto assustador te coloca essa tristeza?
Como suportas, decifras e conduzes o desejo e o medo da morte
E a tua existência angustiante e tão sem solução?
2011
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