Que feitiço tem teus olhos,
que eu me rendo e me dissolvo
no ato simples de te olhar?
Que cantiga tem teu riso,
que me alumbra simplesmente
e me induz a viajar?
Conta a mim que primaveras
que tu enxergas em paragens
muito além dos horizontes?
Fala a mim dessa alegria
que reluz em teu semblante
e se espalha pelo ar.
Que magia tem teu corpo,
que me aprazo dos teus cheiros,
que enlouqueço ao te tocar?
Os teus fluidos são licores,
sou cativo dos teus braços,
me embriago em teu calor.
O poema que te faço
é suave como fêmea,
é mulher como tu és.
É tão macho como o bruto
que te aperta com pujança
e te adentra com furor.
Os meus versos te transformam
numa parte de mim mesmo
e a nós dois numa canção.
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