domingo, 17 de março de 2024

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA POESIA

 Imagine a inteligência artificial

Produzindo poesia eletrônica,

"Genuína" tal como o afeto

Da mulher que mente, que engana.


Pense os poemas robóticos

E os corações de titânio

Pulsando qual vibradores

E o pranto de silicone.


Você acha que os versos da máquina

Seriam parnasianos,

Com métrica e rimas perfeitas,

Leitores todos de lata?


Será que os poetas robôs,

De emoções totalmente desnudos,

Seriam como luvas perfeitas

Pros não-sentimentos dos homens?

segunda-feira, 4 de março de 2024

BARÃO DA MATA


"Barão da Mata" não é meu sobrenome.  Foi um codinome que criei para assinar meus trabalhos (antes não usava meu nome: Demóstenes), composto pelo nome de um cachorro que muito amei (Barão) e pela alusão às matas (da Mata).   Em outras palavras, "Barão da Mata" é uma declaração de amor aos animais e à natureza.

sábado, 2 de março de 2024

A DIFERENÇA ENTRE OS EXTREMISTAS E OS EXTREMOIDES DE DIREITA

Na essência mental são exatamente iguais. Só diferem entre si nos motivos e razões que os levam à paixão e à defesa dos ideais fascistas.

Antes de qualquer coisa, é bom ressaltar que todos os abastados se beneficiam dos regimes autoritários de direita, pois estes (regimes) têm como principal intento fazer os ricos a cada dia mais ricos, os pobres a cada dia mais pobres, pois seu objetivo primordial é manter e elevar os privilégios e regalias das classes mais favorecidas.  O mais de sua doutrina são apenas meios de manter cordatos e afeitos aos seus preceitos os membros dos estratos inferiores na escala social.  Em outras palavras, o lema "Deus, pátria e família" não é um princípio, mas um embuste dos integralistas, nazistas, fascistas que compõem as altas castas ou que as serve (com compensações, é claro) de algum modo.  Ou seja, os extremistas de direita não dão a mínima para a religião, a moral, a ética, a disciplina,  o país como nação ou instituição, muito menos para a família como convenção ou mesmo como agrupamento de pessoas por laços de afeto.  Eles são desprovidos de qualquer valor moral, ético, político, social, humano e afetivo, mas fingem que defendem determinadas instituições para manter a sociedade disciplinada e obediente aos seus desígnios e determinações, e para isso têm o auxílio luxuoso de uma infinidade de pastores e outros líderes religiosos (dentre os quais uma enorme parcela sequer tem verdadeira religiosidade), de muitos policiais, muitos militares e outras autoridades, que são beneficiadas com pecúnia ou no mínimo prestígio para servirem ao poder econômico de modo bastante satisfatório.  Em suma, esses são os extremistas de direita que têm profundas razões (razões nada respeitáveis)  para se fazerem ferozes sectários da extrema-direita.

Já os que não se beneficiam do sistema tirânico, mas o defendem de forma tão aguerrida quanto aqueles que o fazem por interesses pessoais, são, apesar de igualmente despojados de retidão,  honra, verdade,  humanismo, bondade e outros atributos imprescindivelmente exigíveis  de uma verdadeira pessoa de bem,   fascistas movidos pela desinformação, pela ignorância, pela estupidez inefável, e daí eu me embasar para qualificá-los de forma depreciativa como "extremoides", já que não têm o menor motivo para serem o que  são: nazifascistas inconscientes da própria condição.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

O EXTREMOIDE (COM QUASE INTEIRA PARÁFRASE A TIRIRICA)

Sou feliz porque a Globo me dá o melhor do Carnaval

E a Sportv, as emoções febris do futebol,

E a mídia defende os ricos como a mãe mais leonina,

Exatamente por sabê-los por Deus abençoados.

Vivo  em paz porque oro sempre e vou à igreja,

E garanti pra mim um palacete  lá no Céu.

Amo  meus filhos, minha esposa e minha amante,

A quem já impus os abortos que sempre condenei,

Pois a família, que é tão sagrada, jamais vou macular.


Vejo o fantasma do Fidel por toda parte

E sonho a volta dos tempos bons da ditadura

E da tortura, que aniquilava os não-cordatos;

Mas sou cristão e adoro a Deus antes de tudo,

Venero a pátria e o meu bizarro capitão.

Ele é bizarro, mas sou seu amigo,

Ele é malvado, mas sou seu amigo,

Ele é covarde, mas sou seu amigo,

É perigoso, mas sou seu amigo,

Ele é tudo aquilo, mas sou seu amigo,

Ele é muito mais, porém sou seu amigo. 


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

JULGAMENTOS DE MILITARES PELAS FORÇAS ARMADAS

 

 INTERROGATÓRIO E PUNIÇÃO DO GENERAL


General inquisidor:


--General, V. Excia. não aderiu à tentativa de golpe, mas não delatou a conspiração. Por que não delatou?


O réu:


--Porque não quis, ora! Não sou dedo-duro...


O inquisidor pede tempo ao general  e à plateia de verde, reúne-se à comissão de julgadores em sala fechada, a seguir volta e solicita que o inquirido se aproxime. O general obedece, ouve do presidente do inquérito:


--Feio!!! Feio!!! Bobo!!! Bobo!!! Aiaiaiaiai! Pronto! Agora pode prosseguir em suas tarefas.   


JULGAMENTO DO ALMIRANTE


--Almirante, o senhor quis dar golpe?


--Eu quis, sim, e daí?


O veredicto:


--Danadinho... Hoje não vai ganhar medalha,  viu?

sábado, 20 de janeiro de 2024

ANA CELINA

 Por que bebe Ana Celina,

Solitária em sua sala,

Tão tristonha, na penumbra,

Pranteando ao fim da tarde

Iluminada de verão?


Lembrará momentos plenos

Soterrados no passado,

Numa dor de quase luto,

Corroída de saudades,

Sem podê-los retomar?


Sofrerá por ter perdido

Um amor que nunca esqueça

Ou então porque este mundo

De tão rude, a tenha feito

Se sentir medrosa e só?


Que pretende Ana Celina,

Mergulhada no seu gim,

Num silêncio de deserto,

Num olhar vago e distante

A fitar somente o nada?


O que dói n'Ana Celina

Que se estampa no semblante

Do seu rosto delicado,

Tão suave, apessegado,

Tão bonito de mulher?


O que chora Ana Celina

Na clausura dessa dor

A torná-la  débil, tênue,

Indefesa e pequenina,

Porcelana a se quebrar?


Proteger Ana Celina

Eu queria sem demora,

Se seus olhos permitissem,

Suas mãos se me estendessem

No abandono à solidão.


Quero ver Ana Celina

Deslizando pelos dias

Como fosse uma menina

Num sorriso luminoso,

A correr sobre patins.



sábado, 30 de dezembro de 2023

ONDA

 Que coisa é essa que vibra no meu peito?

Seria um grito, música, agonia;

Seria arroubo, afã, fogo de vida?

O que brinca assim na minha alma

Tão baça, pálida, obscura?

Seria uma cantiga que vencesse o tempo,

O siso, os desencantos e a fadiga,

As agruras, os percalços e as vivências,

E se instalasse em mim qual flor no árido?

O que será que dói, que canta ou que extasia,

Ou que tortura ou desvanece e não decifro?

Mas que onda é essa que vem, rebenta assim de súbito

Na calmaria  quase que imóvel deste meu mar

Assim tão quedo, na linha do equador?