sábado, 30 de setembro de 2017

Onde é maior a hipocrisia? No poder público, no poder privado, na família ou na religião?
Não entendo por que as pessoas travam uma verdadeira guerra ideológica, se direita e esquerda, sobretudo no Brasil, se parecem tanto, seja nos métodos sujos de obter e permanecer no poder ou no perfil autoritário e antidemocrático que ambas possuem.

A GENTE ELEGE MANDATÁRIOS, NÃO PAIS

A figura de um pai provedor e protetor está irremediavelmente arraigada na cabeça  de cada ser humano.  Tal pai é tão imprescindível na vida de nós, homens, que criamos um pai maior ainda, onipotente, onisciente e onipresente: Deus, herdado dos nossos genitores, que o criam para substituir os seus pais quando estes não mais os provêm e protegem.  Desse modo a cadeia segue,  cada filho recebendo a crença dos progenitores.  Essa praxe é absolutamente aceitável por estar intrinsecamente ligada à nossa necessidade  de suprir de algum modo a nossa impotência diante das coisas que não podemos controlar total ou parcialmente.  O que é lamentável, porém,  é isso se refletir na esfera política, nas ocasiões em que os eleitores escolhem seus mandatários.   
O prefeito é um pai menor, o governador, um pai mediano, o presidente, um pai maior abaixo de Deus.   Essa relação filial é, na cabeça de uma grande fatia do eleitorado, de  uma comodidade extrema:  você elege três caras, um te dá um puta município, com todos os serviços plenos e gratuitos ou a preços módicos, outro te propicia segurança, saúde e tudo o que é necessário no âmbito estadual, o terceiro te agasalha, dá casa, comida, emprego, bons salários e tudo aquilo de que um bom cristão (ou muçulmano, ou budista) necessita para  viver um verdadeiro jardim do éden em vida.  E o melhor:  sem que tu precises lutar por nada: vem tudo de mão beijada.
Tanto a minha tese é irretorquível, que aqui não se dá nenhuma importância às eleições para as casas legislativas:  Senado, Câmara Federal, assembleias legislativas e câmaras municipais.  Vota-se irresponsavelmente para vereador, deputado estadual, deputado federal e senador, como se fossem meras figuras decorativas e não pudessem ser altamente perniciosos por mal escolhidos, como se dá atualmente em todo o território nacional. É a desinformação, a negligência e a imperiosa necessidade de levar vantagem que conduz a eleições desastrosas e ao caos irremediável em que se encontra o Brasil.  O Congresso conchava com o executivo, e os reais interesses da sociedade são jogados no lixo, num cenário em que a corrupção e a requintada crueldade das elites se abatem sobre todas as classes não abastadas do país, tirando-lhes  os mais sagrados direitos, os horizontes, dignidade e oportunidades.  
Enquanto forem sufragados nomes absolutamente avessos às necessidades e interesses da população, quer por ignorância, brincadeira ou malandragem, enquanto se pensar que um mandatário é um pai, o caos irá se agravando e aprofundando a cada dia, e a corrupção, hoje totalmente disseminada pela nação, jamais deixará de assolar este país, que hoje  encontra-se muito próximo a uma condição que se pode qualificar como de desgraça.


sábado, 9 de setembro de 2017

TERRA SEM LEIS


O Brasil é definitivamente um republiqueta muito da sórdida!  Aqui não há leis nem  exercício de justiça.  Todo Estado precisa de uma legislação oficial, por isto temos aqui vários códigos, mas estes existem apenas para constar no papel.  Os julgamentos são feitos em consonância  com as tendências e interesses  de quem julga.  Não há Constituição, Código Penal, etc... As leis são os desmandos de quem detém a caneta ou as armas, e fim!  Resalvadas as exceções, o poder é uma imensurável rede criminosa.  Estou sendo genério porque não sou burro de ser específico e dar nomes aos bois.  As citadas exceções existem, sim, mas são de uma impotência desoladora diante da crudelíssima safadeza nacional.
Vivemos sob regime de ocupação e dominação, somos reféns de criminosos, e criminosos não têm pudor para se ocupar com o que é ético ou justo: apenas querem se locupletar através da usurpação dos bens e direitos dos que estão debaixo do seu domínio.
Não há nenhum motivo para ninguém nutrir esperanças.  Infelizmente a imbecilidade nacional acredita ser sempre possível tirar um coelho de  uma cartola e fica contando com um súbito milagre, algo como a volta do Messias para punição dos maus e recompensa e felicidade  dos bons.  A alienação é um carcinoma do tamanho da crueldade e torpeza dos que dilapidam o patrimônio nacional.