quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

"FOLHA DA BOZOLÂNDIA"

FOLHA DA BOZOLÂNDIA

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PRESIDENTE ASSINA DECRETO QUE ACABA COM A PANDEMIA

 




Nesta quarta-feira pela manhã, o presidente do Brasildistão, Jadir Bozo Nárus, em reunião com os deputados do "Meião", grupo de sutentação do governo, disse textualmente ao presidente da Cama dos Deputador, Tutu Bira:  "Vamo parar com essa palhaçada, esse negoço de ficar fechando o comércio, porque os empresário tá tudo ficando puto, e não tem cabimento o pessoal ficar adoecendo e atrapalhando a economia.  Primeiro que não tem pandemia nenhuma! Tudo é invenção de mariquinha e de cientista energúmeno.   Esse negoço de ciência não dá camisa a ninguém. Não se tem que cumprir ordes de governador nem prefeito nium  porque quem manda aqui sou eu e 'ordes' absurdas não se 'cumpre'.  Quem ficar de palhaçada agora e adoecer vai ser preso."

A votação da matéria será feita em caráter de urgência urgentíssima, e enfim será dado um basta na falsa crise sanitária que assola o país.


Tom Zé Diniz D' Antena




SAULO FEDES DEFENDE NO CONGRESSO SEU PROJETO DE VOLTA DA ESCRAVATURA

 






Em discurso feito no Congresso, ontem à noite, o ministro da Economia, Saulo Fedes, cobrou dos parlamentares agilidade no processo de votação da reinstituição, que, segundo o economista, nunca deveria ter sido abolida. "A Princesa Isabel só libertou os escravos porque era comunista, e comunista não quer construir nada de bom para a nação brasildistanesa."  Questionado por um deputado impertinente de  oposição, que argumentou que "a mão-de-obra assalariada é saudável para as classes trabalhadoras, a economia e a sociedade como um todo, que a abolição da escravatura não foi um presente da princesa, já que havia uma pressão muito grande por parte da Inglaterra para que os escravos obtivessem liberdade e trabalhassem a troco de salários, para poderem consumir os produtos industrializados", o ministro interrompeu o discurso do inconveniente: "Esse negócio de historinha não enche a barriga de ninguém."  No que foi aplaudido pelos deputados dos partidos de direita, principalmente os do "Meião".  No ensejo, o presidente da Fundação Damares, Célio do Amargo, que acompanhava Saulo Fedes, aproveitou para repetir: "Eu sou negro e não vou nunca me cansar de dizer que a escravidão foi boa pro negro!"

A PEC irá, por decisão dos presidentes da Câmara, Tutu Bira, e do Senado, Bendigo Xexêco, direto a plenário, sem necessidade de passar por uma CCJ, além de necessitar de apenas 8 votos para aprovação.  O opositor incômodo ainda tentouo atrapalhar a sessão, alegando que seriam necessários 308 votos para aprovação, e o ministro fez um gesto de mão com o devido desprezo: "Esse troço de 300 é só um detalhe! Por favor, deputado, não me venha com chorumelas!".  Nesse instante, foi aplaudido do pé pelos elevados e laboriosos governistas.  Após o encerramento dos discursos, o deputado Tutu Bira comprometeu-se com Fedes a convocar o conselho de Ética para analisar a possível cassação do deputado  oposicionista.


Pílvio Tantos


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"MEIÃO" ARTICULA SOLTURA E PERDÃO A DEPUTADO PACIFISTA QUE FEZ SUAVES CRÍTICAS À SUPREMA CORTE 

 


Em reunião convocada pelo deputado Tutu Bira, os deputados do "Meião" estudam uma forma de reparar o angelical deputado Jadiel Taveira, injustiçado pela Suprema Corte por  ter feito leves críticas à instituição e aos seus ministros. "Acho que a corte está se melindrando muito facilmente.  Minha esposa também é assim, e eu já sugeri a ela que fizesse terapia  vou recomendar o mesmo aos membros do Judiciário.  O difícil no entanto é reparar as injustiças sofridas por nosso querido deputado, e sabe-se lá que medidas exageradas eles futuramente poderão tomar contra aqueles que dentre nós venham a praticar atos inofensivos como atirar neles, explodir-lhes os carros ou atitudes não-danosas semelhantes.  Afinal nós somos um país democrático."  Avalia-se que o Congresso vá aprovar PEC que puna com destituição e prisão perpétua qualquer autoridade do Judiciário que expeça mandado de reclusão contra qualquer parlamentar, seja pelo motivo que for.


Pilas Fala Faia

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FOLHA DA BOZOLÂNDIA

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Diretor de Redação: Marlos Bozo Nárus

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Diretor de tudo  mais e de tudo já citado: Jadir Bozo Nárus


 


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

RODRIGONEIRO(PRA CANTAR COM A MELODIA DE "JARDINEIRA")


Rodrigoneiro, por que estás tão triste?
Mas o que foi que te aconteceu?
Foi o teu DEM  que te passou a perna,
Que fechou com Lira,
Te obscureceu.

Rodrigo, o César
Envelheceu.
Disse: "Filho, não pauta o 'impicha' ":
Tu és só mais um omisso
Ante o tanto que morreu.






sábado, 6 de fevereiro de 2021

SONHO ABSOLUTO

 E se eu sonhasse, mas sonhasse plenamente

Como não houvera no universo nada senão a minha fantasia?

Se eu sonhasse como fora menino novamente

E vivera a primeira de todas as paixões?

E se eu sonhasse, mas sonhasse de maneira assim desmesurada

Qual não existira tempo, luto, dores e mazelas,

Nem o impalatável tédio do cotidiano e dia-a-dia?

Se eu sonhasse o olhar angélico da menina enamorada

Que gravei num passado já distante, nas linhas da minha poesia?

Se eu sonhasse me casar co'a loura sensual e alucinante

Que ostentava as coxas num vestido  provocante?

Se eu sonhasse de um modo tão louco e sem medidas

Que  mais parecesse não ter pés ou corpo ou mãos,

Me fizesse etéreo como espírito ou fantasma, devaneio tão somente?

Se eu sonhasse de uma forma tão poética, elevada 

De tornar o irreal a verdade absoluta?

Se eu sonhasse e desse ao mundo as costas,

E partisse nas asas do meu sonho como viajante aventureiro,

Sem querer jamais, jamais  voltar?


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

NAS ANDANÇAS DO PODER: QUARTA PARTE: "O PRESIDENTE"

 O Brasil começou a ver, estarrecido, os atos, as declarações e as aberrações de Bolsonaro, familiares, ministros e  asseclas.  Primeiro foram os elogios a Brilhante Ustra, torturador do regime militar, depois a defesa à ditadura e à tortura.   Eduardo Bolsonaro defendendo a reedição do AI-5, que dava poderes excepcionais ao Executivo nos anos de chumbo.  Carlos Bolsonaro, vereador, passa a ter um gabinete dentro do Palácio do Planalto, de onde, segundo alguns jornalistas, operaria o que estes nominaram "gabinete do ódio".    O inquérito contra Flávio Bolsonaro, acusado de peculato, começa a emperrar.  O procurador-geral da República, Augusto Aras, e algumas figuras do Judiciário parecem lenientes: um inquérito que não anda, um procurador que não denuncia o presidente por manifestações antidemocráticas contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

A pandemia confina as pessoas em suas casas, Bolsonaro, num descaso absoluto, incentiva a exposição de seus seguidores nas ruas, sem uso de máscaras, e a doença vai-se disseminando. Em 04 de fevereiro de 2021, quase 229.000 mortos.   Sessenta e nove pedidos de "impeachment" contra o presidente e a recusa inflexível do presidente da Câmara dos Deputados em pautar um deles.  

A reunião de 22 de abril de 2020, a questão da Polícia Federal, Abraham Weintraub ofendendo o STF, Ricardo Salles propondo a "passagem da boiada" na oportunidade de encobrimento propiciado pela pandemia.  O Pantanal e a Floresta Amazônica, entre outros cenários ambientais, ardem em fogo, matando queimados centenas de milhões de animais. Depósito inexplicado de Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama.  "Vontade de encher sua boca de porrada " é a resposta do mandatário ao jornalista que lhe pede explicações.

Nada é respondido, nada é apurado, tudo fica impune.  Por menos de um milésimo por cento do que fez Bolsonaro, Dilma foi afastada em definitivo da Presidência da República.  Fico bem à vontade para dizê-lo,  porque estou muito longe de ser petista, lulista, lulopetista ou qualquer coisa do gênero.

Empresários e banqueiros, jogadores malandros do mercado financeiro felizes da vida com Bolsonaro e a estrutura de poder atual.

Tudo isso é parte dos caminhos, das andanças do poder nesta terra.


Fevereiro de 2021   


NAS ANDANÇAS DO PODER: TERCEIRA PARTE: "A REPÓRTER"

 Carol era ambiciosa, era-lhe mister subir rapidamente na carreira jornalística.  Antes repórter de rua de um jornal dedicado exclusivamente à página criminal, sentia-se desprestigiada , injustiçada e insatisfeita na carreira que abraçara com tanta alma e dedicação.  

Um dia o dono do jornal entendeu que seu lugar era a Redação, e durante uns seis meses Carol ali aquietou-se.  Depois achou que era hora de perseguir algo condigno, mais compatível com o seu talento e sua competência.  Foi aí quando procurou amizades entre jornalistas de um jornal de grande porte. Deu-se a frequentar as salas e seções da instituição, o que acabou tornando-a amiga de colunistas de projeção.  Pediu-lhes a intercessão para trabalhar em um órgão de impresna de maior prestígio.  Ali não havia vaga, e a moça, na esperança de surgir uma oportunidade, continuou a frequentar a mesma roda de amigos  e a lembrar-lhes com certa frequência que ainda mantinha o desejo de mudar de emprego.

Quando o diretor da folha  em que trabalhava soube de suas idas ao concorrente, resolveu demiti-la, mas isso pouco  a atingiu.  Jornaleco, pasquim infame que a submetera a ver corpos de todos os jeitos nas ruas e a remunerava de modo não satisfatório ainda que depois da mudança de setor, fez que Carol, moça de 25 anos e moradora da casa dos pais, em Laranjeiras, visse aquela demissão mais como um favor do que como uma punição.  Pôde então dedicar-se ainda melhor a tentar uma colocação na grande empresa jornalística, que tinha emissoras de tevê e outros recursos que traduziam o seu poder.

Ganhou na insistência um lugar como "freelancer", voltando a fazer reportagens de rua, o que não era exatamente o almejado, porém já um começo:  seria só saber transformar aquela chance num trampolim.  Pegou um avião pra Brasília, alugou uma quitinete na periferia e  deu-se  a cercar o Congresso Nacional, buscando sempre uma boa matéria, uma notícia de peso, mas mal conseguia adentrar as dependências da instituição. 

Adriano há muito era um deputado com influência sobre um número grande de colegas, Carol sabia da simpatia da empresa noticiosa pelo parlamentar, era notório que os patrões consideravam com grande apreço a possibilidade de apoiá-lo numa possível candidatura à Presidência da República no pleito de 2022.  Não só Carol percebia a sua grande importância, como também naqueles cercos ao carro e ao trajeto do político foi descoberta e observada de forma concupiscente por Rogério.   O motorista olhava-a sempre longamente, percorria os olhos dos pés à cabeça da moça, despia-a demoradamente com os olhar e foi o trampolim de que tanto ela necessitava.

Uma dia a repórter parou, sorriu para ele:

--Boa tarde!

--Boa tarde, princesa!

--Gosto de ver você e o deputado Adriano Ferraz juntos.  Ficam tão à vontade um com o outro, parecem amigos de longa data.

--Gata, a gente se conhece há muitos anos, ele é meu amigão. 

--Que legal! Que bom trabalhar com pessoa assim!

--Maneiro, gatinha...

--Diz uma coisa pra mim: depois do expediente vocês vão sempre descansar? Você não gosta de tomar um chope, um vinho...?

--Claro, gata!!! --- animou-se Rogério -- Tem dias que a gente sai precisando ser carregados.

--Ah, legal!  Bom pra descontrair um pouco.  

--E como é!

A moça olhou fundo nos olhos do homem:

--Você tem algum compromisso pra hoje à noite? Quer tomar um chope comigo?

A aceitação do segurança veio de pronto.  Combinaram e à noite encontraram-se num belo bar de Brasília. 

A repórter não poderia incluir o deputado no convite. Temera que Rogério o fizesse, mas para sua sorte(dela) isso não aconteceu.  A companhia de Adriano desprestigiaria Rogério e gerava o risco de tudo não passar de uma conversa a três, com insinuações maliciosas e luxuriosas e nenhum proveito para os objetivos da jornalista.

No encontro os dois foram bastante descontraídos, em poucos minutos já se beijavam ardentemente, falavam de suas preferências sexuais e fecharam a noite num motel. Carol era uma diva de bonita, afrodite na beleza e nos ardores.  Rogério regalou-se de toda aquela lindeza, aquele corpo moreno despido e de todo o seu fogo de fêmea sobre a cama.

Mais dois encontros aconteceram, e, no terceiro, ela pediu ao segurança que tentasse convencer Adriano a dar-lhe uma exclusiva acerca de sua trajetória política e liderança sobre outros colegas.  Rogério concordou e intercedeu com o político:

--Nem sei quem é essa Carol! -- relutou o outro.

--Puxa, Adriano!  Ela tá sempre aparecendo em reportagens de rua...

--Pois é... Só faz externas... Não sei nem se ela vai fazer perguntas que possam me ajudar em alguma coisa...

--Pô, Adriano! Tu faz o "script".  Combina as perguntas com ela...

--Pô, mas ainda assim...

--M'ermão!  Além de tudo ela fode gostoso pra caralho!! Tu vai perder essa!?

Adriano sorriu um sorriso bem cínico:

--Você sabe muito bem que eu seria incapaz de me aproveitar da situação e assediar uma profissional  no exercício da profissão.

Ambos gargalharam longamente, o motorista-segurança detalhou o comportamento da mulher na cama, porém ainda assim Adriano opunha alguma resistência.

--Dar entrevista a uma maria-ninguém é um risco.  Ninguém conhece ela...

-- Mas todo mundo conhece você.

--Eu sei, mas...

--Faz o seguinte: eu dou uma ligada pra ela, você combina a coisa do "script"...

--Beleza! Tá legal!

E assim foi feito.  Entretanto Carol, determinada e de natureza taxativa, ponderou:

--Desculpe, deputado, mas eu gostaria então de primeiro enviar ao seu e-mail as perguntas que eu vou fazer.  Se Vossa Excelência não apovar, eu faço as perguntas que o senhor quiser.

O parlamentar concordou, passou-lhe o e-mail, recebeu as perguntas, aprovou-as, mas ainda ligou para negociar:

--Suas perguntas estão ótimas!  Muitas são as que eu ia mesmo pedir que você fizesse.  Mas ainda assim eu pediria que acrescentasse outras que não estão entre as suas.

Carol concordou plenamente.    A seguir ligou pro diretor de reportagens da empresa jornalística:

--Consegui uma exclusiva com o Adriano Ferraz.  Ou vocês  me contratam e dão uma vaga nos estúdios, ou então vendo a matéria pra outra emissora.

Após algum debate entre os dirigentes, Carol recebeu do homem a resposta positiva, e aquela foi a primeira entre várias exclusivas de Adriano a ela, que passou com certa frequência a acolher no corpo os desejos do político,  homem há alguns anos bem-casado  com uma dondoca e pai de uma casal de crianças encantadoras.

Não há dúvida de que a relação da moça com Rogério passou a ser bastante cordial, mas sem nada de cama, como se nada houvera acontecido entre os dois.  Mas o motorista tinha muitos anos de bastidores do poder e não deu muita importância, já que conhecia perfeitamente como se dava esse tipo de jogo.


Fevereiro de 2021