sábado, 18 de novembro de 2017

NÃO SEI SE DEVO FICAR APREENSIVO OU MORRER DE RIR, MAS FICO IMPRESSIONADO COM O FATO DE QUE MINHAS POSTAGENS NOS BLOGS TÊM MUITO MAIS PÚBLICO NOS ESTADOS UNIDOS E CANADÁ DO QUE NO BRASIL(ONDE HÁ APENAS UNS TRINTA POR CENTO DAS VISUALIZAÇÕES). ISTO NÃO QUER DIZER QUE EU ESTEJA FICANDO INTERNACIONALMENTE FAMOSO, MAS QUE NESTES PAÍSES HÁ UMA LEGIÃO DE INVESTIGADORES IDIOTAS ACHANDO QUE EU POSSA SER UM TERRORISTA OU COISA ASSIM. VIRAM? O INSPETOR CLOUSEAU EXISTE.

sábado, 14 de outubro de 2017

DEFESA ABSURDA!

Só a Globo e certos artistas seriam capazes de defender a exposição do Santander, em que eram expostos quadros com cenas de pedofilia e zoofilia. Lamento profundamente que coisas tão aberrantes, cruéis e bestiais tenham sido defendidas por gente que forma opinião. Pode-se através da arte fazer proselitismo da torpeza, da crueldade, da impiedade, do inaceitável? É válido que ela, a arte, preconize o neonazismo, a violência, a tortura, a perversidade? Felizmente a desastrada instituição bancária que patrocinou e promoveu o evento teve o bom-senso (tardio, é claro) de cancelar a exposição. Quanto aos artistas que se manifestaram a favor da apresentação, só me resta expressar meu mais profundo repúdio e indignação. Agora, por fim, quanto à Globo, não há mais palavras para defini-la e qualificá-la, não só por este episódio, mas por ser absolutamente indigna de credibilidade, dado tudo o que fez e faz ao longo de sua história.

domingo, 8 de outubro de 2017

DAS LICENÇAS POÉTICAS

Às vezes (ou muitas vezes) publico com licenças poéticas acidentais: reviso, reviso o texto e não vejo que repeti a expressão às vezes mais de uma vez. Mas em geral não retifico: fica como licença e pronto! Que me perdoem os amigos leitores e escritores, mas abuso desta liberdade (licença poética) que temos.

BUSCA AO IRREAL


Vida, traga a mim as esperanças
Ou bem  menos, por favor: uma utopia.
Ou seria a utopia maior do que a esperança?
Mas é claro, vida, que é maior uma utopia(!),
Se ela é livre das amarras da verdade,
Que desola, martiriza e aniquila as  criaturas.

Quem me dera, dera mesmo a fantasia,
Que tem asas e que voa sem limites,
Por estrelas, por delícias, ribeirões e paraísos,
Não conhece bom-senso, juízo nem razão.

Mas, meus dias, por demais contentaria
Crer que um dia os perversos, os que usurpam e os que oprimem 
Muito caro pagassem os pecados cometidos
E que a injustiça humana, que é infalível,
Sucumbisse sob os pés  da justiça verdadeira,
Que viria de um Deus justo ou bons espíritos.

Ah, se o Universo nos desse uma outra vida
E reparasse a todo ser o mal sofrido 
Neste mundo de maldades e tragédias...

Vida, traga a mim uma utopia, fantasia, uma loucura,
Porque, mundo, a realidade nos indigna, nos dói demais.










sábado, 30 de setembro de 2017

Onde é maior a hipocrisia? No poder público, no poder privado, na família ou na religião?
Não entendo por que as pessoas travam uma verdadeira guerra ideológica, se direita e esquerda, sobretudo no Brasil, se parecem tanto, seja nos métodos sujos de obter e permanecer no poder ou no perfil autoritário e antidemocrático que ambas possuem.

A GENTE ELEGE MANDATÁRIOS, NÃO PAIS

A figura de um pai provedor e protetor está irremediavelmente arraigada na cabeça  de cada ser humano.  Tal pai é tão imprescindível na vida de nós, homens, que criamos um pai maior ainda, onipotente, onisciente e onipresente: Deus, herdado dos nossos genitores, que o criam para substituir os seus pais quando estes não mais os provêm e protegem.  Desse modo a cadeia segue,  cada filho recebendo a crença dos progenitores.  Essa praxe é absolutamente aceitável por estar intrinsecamente ligada à nossa necessidade  de suprir de algum modo a nossa impotência diante das coisas que não podemos controlar total ou parcialmente.  O que é lamentável, porém,  é isso se refletir na esfera política, nas ocasiões em que os eleitores escolhem seus mandatários.   
O prefeito é um pai menor, o governador, um pai mediano, o presidente, um pai maior abaixo de Deus.   Essa relação filial é, na cabeça de uma grande fatia do eleitorado, de  uma comodidade extrema:  você elege três caras, um te dá um puta município, com todos os serviços plenos e gratuitos ou a preços módicos, outro te propicia segurança, saúde e tudo o que é necessário no âmbito estadual, o terceiro te agasalha, dá casa, comida, emprego, bons salários e tudo aquilo de que um bom cristão (ou muçulmano, ou budista) necessita para  viver um verdadeiro jardim do éden em vida.  E o melhor:  sem que tu precises lutar por nada: vem tudo de mão beijada.
Tanto a minha tese é irretorquível, que aqui não se dá nenhuma importância às eleições para as casas legislativas:  Senado, Câmara Federal, assembleias legislativas e câmaras municipais.  Vota-se irresponsavelmente para vereador, deputado estadual, deputado federal e senador, como se fossem meras figuras decorativas e não pudessem ser altamente perniciosos por mal escolhidos, como se dá atualmente em todo o território nacional. É a desinformação, a negligência e a imperiosa necessidade de levar vantagem que conduz a eleições desastrosas e ao caos irremediável em que se encontra o Brasil.  O Congresso conchava com o executivo, e os reais interesses da sociedade são jogados no lixo, num cenário em que a corrupção e a requintada crueldade das elites se abatem sobre todas as classes não abastadas do país, tirando-lhes  os mais sagrados direitos, os horizontes, dignidade e oportunidades.  
Enquanto forem sufragados nomes absolutamente avessos às necessidades e interesses da população, quer por ignorância, brincadeira ou malandragem, enquanto se pensar que um mandatário é um pai, o caos irá se agravando e aprofundando a cada dia, e a corrupção, hoje totalmente disseminada pela nação, jamais deixará de assolar este país, que hoje  encontra-se muito próximo a uma condição que se pode qualificar como de desgraça.


sábado, 9 de setembro de 2017

TERRA SEM LEIS


O Brasil é definitivamente um republiqueta muito da sórdida!  Aqui não há leis nem  exercício de justiça.  Todo Estado precisa de uma legislação oficial, por isto temos aqui vários códigos, mas estes existem apenas para constar no papel.  Os julgamentos são feitos em consonância  com as tendências e interesses  de quem julga.  Não há Constituição, Código Penal, etc... As leis são os desmandos de quem detém a caneta ou as armas, e fim!  Resalvadas as exceções, o poder é uma imensurável rede criminosa.  Estou sendo genério porque não sou burro de ser específico e dar nomes aos bois.  As citadas exceções existem, sim, mas são de uma impotência desoladora diante da crudelíssima safadeza nacional.
Vivemos sob regime de ocupação e dominação, somos reféns de criminosos, e criminosos não têm pudor para se ocupar com o que é ético ou justo: apenas querem se locupletar através da usurpação dos bens e direitos dos que estão debaixo do seu domínio.
Não há nenhum motivo para ninguém nutrir esperanças.  Infelizmente a imbecilidade nacional acredita ser sempre possível tirar um coelho de  uma cartola e fica contando com um súbito milagre, algo como a volta do Messias para punição dos maus e recompensa e felicidade  dos bons.  A alienação é um carcinoma do tamanho da crueldade e torpeza dos que dilapidam o patrimônio nacional.

domingo, 30 de julho de 2017

UTOPIA

Se uma doce emoção repontar
na gente rude das ruas cinzentas...?
Se o ódio silenciar tão profundo
de parecer estar morto e sepulto...?
Se eu me apaixonar pela prostituta
e viver uma inquietação mais sem fim..?
Se as pessoas quebrarem o asfalto
e plantarem jardins nas estradas...?
Se eu vir a ternura brotando
nos olhos tão frios de Helena...?
Se alguma voz bela cantar 
e encantar toda a praça e a cidade...?
Se tudo for só poesia,
sem juízo, sem bom-senso ou limite...?
Se esta utopia crescer de tal modo, 
que arrebente a impalatável verdade...?
Se minha quimera vencer o real,
parecerá vivermos pura felicidade.


SE EU AMAR ESSA MULHER?

E se eu amar essa mulher
de olhos tão despidos dos afetos?
E se eu amar essa mulher
loucamente de segui-la sorrateiro pelas ruas,
verificar furtivamente seus papéis, seus aparelhos,
suas vestes íntimas no cesto e no varal?

E se eu amar essa mulher,
obsessivo de falar seu nome o tempo todo,
nas noites frias de tristeza e de distância?
E se eu amá-la de um modo assim tão tresloucado
de perdoar-lhe as traições e os seus desprezos?
Se eu amá-la de um jeito tão servil e tão demente
de sentir-me um ser chão diante dela?
Se eu amar demais essa mulher, 
de querer morrer caso ela suma dos meus olhos,
de querer matá-la caso queira me deixar,
ou ainda me deitar pelas sarjetas se perdê-la para sempre?

Vou deixar que essa mulher siga em paz o seu caminho:
não, não posso, não, jamais amar essa mulher!


segunda-feira, 24 de julho de 2017

Como ter alguma esperanças num país que se preocupa mais com o desempenho dos seus jogadores de futebol em campo do que com os atos dos seus políticos... onde uma passeata LGBT reúne pelo menos cinquenta vezes mais pessoas do que um protesto contra os desmandos e a corrrupção da sua degenerada classe política... onde  ministro de alta corte, ao invés de portar-se como magistrado, defende com unhas e dentes parlamentares e gestores sujos  e por isto mesmo espúrios... onde as Organizações Globo - que são a mais tendenciosa rede de comunicação e a maior deturpadora da história contemporânea do Brasil - é que mais formam opinião?  Para mim chega.  Desisti de tudo, joguei a toalha, entreguei os pontos: não quero mais lutar por nada. Vai ser tudo como Temer, a Febraban, a Fiesp, a Firjan, a Globo e etc. quiserem.  Porque aqui não há lei, justiça ou ética:  manda e faz o que bem quer quem tem a arma ou a caneta na mão.  Só lamento não ter idade e especialização para tentar uma vida e uma história diferente em outro país.  Da mesma forma como me desola profundamente ter dado filhos e uma neta a esta terra.   Aqueles que deram as costas para os fatos extremamente graves que dilapidaram e ainda dilapidam o Brasil, também sentirão, tanto quanto eu, na carne os efeitos de termos um Estado  antidemocrático e estarmos caminhando a passos largos para nos tornarmos a Somália da América Latina.  Não há nenhuma eperança, nada de bom ficou por aqui. Acabou tudo... Acabou tudo.

domingo, 2 de julho de 2017



Não creio em nada. Ou em quase nada.  Não creio em Deus. Nos homens, muito menos.  Não alimento ilusões e esperanças quanto às coisas à volta e ao mundo.  Não vivo destilando alegria pelos quatro cantos do planeta.  Sou um misantropo e não cultuo deuses nem homens.   Mas me embeveço quando de manhã olho pra fora da janela do meu quarto e vejo a árvore florada e repleta de vida, uma pequena mostra do quanto a Natureza é sublime, que contrasta com a rua pavimentada e quase totalmente desprovida de verde.  Beija-flores, besouros, percevejos.  Às vezes mariposas entram de madrugada, e tenho de acender alguma luz para que elas se aquietem.  Uma vez entraram dois beija-flores por volta das três da manhã, e precisei apagar as luzes para deixarem de se bater e não se ferirem.  Na primeira claridade abri as bandeiras porque não souberam sair pela janela aberta.  A Natureza, os bichos: este é meu culto, meu alumbramento, minha crença absoluta.  Eu creio na vida, nos animais, nos besouros, nas árvores e plantas e me me irmano com eles, e a simples vista de tais criaturas me traz uma paz de nirvana, me faz contente com a própria existência, me faz encantado, enlevado e feliz.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

O QUE VOCÊ ACHA?

Diante da ciência de tanto crime na política nacional, no âmbito de estados, municípios e da União, fico me perguntando:  ressalvadas as exceções, é claro,  não dá o poder público no Brasil a impressão de ser a maior rede criminosa do mundo?

quinta-feira, 11 de maio de 2017

JUIZ SOUTO MAIOR CONTA O QUE HÁ POR TRÁS DAS REFORMAS DO TEMER


EMBORA SEJA UMA LONGA EXPLANAÇÃO, LEIAM O ARTIGO DO JUIZ JORGE SOUTO MAIOR SOBRE TUDO O QUE HÁ E VEM ACONTECENDO POR DETRÁS DAS REFORMAS DO TEMER

http://www.jorgesoutomaior.com/blog/a-quem-interessa-essa-reforma-trabalhista

sábado, 22 de abril de 2017

Que me perdoem os meus amigos poetas mais eruditos, mas  não fiz escola com os grandes expoentes da literatura nacional, porém com aqueles cuja poesia ouvi cantada, como Fernando Brandt (um dos maiores letristas do Brasil), Chico Buarque (o maior),  Belchior,  Dolores Duran... Mas foi impossível  não deixar que me entrassem a crueza quase perversa  do Drummond e o lirismo ora alumbrado, ora sofrido  (ou as duas coisas ao mesmo tempo) do Bandeira.  Na crônica penso que segui muito a linha do Augusto Nunes e do Sebastião Nery, pelo sarcasmo e pela incredulidade (até porque sou um incrédulo e sarcástico inato);  mas na crônica analítica sou disciplinado e austero como um professor antigo. No humor enveredei pelo caminho do Carlos Eduardo Novaes, do Jaguar, apesar da minha absoluta admiração pelo mestre Millôr Fernandes.   No conto não posso me definir, dada a minha ínfima produção neste campo.  Mas o humor e a ironia que mais me fascinam são as irreverências do genial Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly,  o antológico "Barão de Itararé" - sem esquecer o brilho do Luiz Fernando Veríssimo.   Juro que o "Barão" do meu pseudônimo vem do cachorro que a minha mãe tinha (sendo o "da Mata" uma alusão à natureza), não é uma tentativa de parecer o mencionado talentoso.    Porém o que é mais relevante para mim é que sou escritor (amador, claro) praticantte.  Melhor que escrever, só sexo, viagem, música  e meus amores, não necessariamente nesta ordem. 
Já recebi duras crítica nas redes sociais... e reagi de forma muito deselegante, chamando um dos críticos de "subcrítico de merda".   Mas de uma coisa tenho certeza: se não valer a pena viver, ao menos vale a pena escrever.
Mais importante que tudo, entretanto, é fazer que quem gosta dos meus escritos saiba de onde vem mnha essência literária.

domingo, 19 de março de 2017

NOITE SÚBITA

Era a tarde bonita e colorida,
E vertia alegria pelas ruas,
E era toda enfeitada de esperança.
Eu andava, assim tão leve qual planasse,
Derramava meu deleite em cada esquina,
Com minha’alma extasiada pela vida.

Por que foi que então Sônia Cristina,
Sua fala altiva, dura e fria
Fez que a noite chegasse de repente
E s enchesse de trevas , labirintos,
E eu voltasse, assim pesado como o mundo,
Gotejando minha dor pelas sarjetas,
Coração tão saturado da existência?



sábado, 11 de fevereiro de 2017

NOSTALGIA III

Tinha Lúcia, que era tão bonita,
e cheirava sempre a sabonete,
e era tão boa de deitar.

Tinha o quintal com três cachorros
e a terra, que cheirava a chuva à tarde,
e os arbustos sob a luz a balançar.

Tinha o futuro, que se vestia de esperança
e parecia tão delícia e tão de festa,
que era capaz de toda agonia afugentar.

Tinha um desejo imenso de cantar
que pulsava toda vez que a semana se acabava
e me fazia feliz por existir tão simplesmente.

Não vou me encher assim não mais de nostalgia,
porque é tal como me apertar de dores pelos cantos,
como morrer, viver a morte todo o dia,  o tempo inteiro.
Não, não vou me encher não mais de nostalgia,
senão tanta saudade vai doer em mim demais.

POEMA TÓRRIDO


Vai, meu verso ardente, e te embevece da lindeza que há na noite latejante.
Vai, verbo candente, e odeia assim qual fora tempo de somente guerrear.
Vai, poema cálido, e ama assim com toda a lira, toda a sede que tu tens de te [entregar
Vai, fala pulsante, e exibe a dor que rasga a carne e é de matar, martirizar e [contorcer.
Vai, palavra em chama, e faz o peito tão festivo de alegria plena dilatar.
Vai, pena tão vária, e exibe os sentimentos mais diversos que no peito vibram [como ebulição.
Mas não te cales nunca, poesia, e brota do meu ser como se fora um mar de [sensações a se espalhar na vastidão.

NÃO TERÁS ESSA MULHER

Não, amigo, não te enganes
nem desdobres, nem te esganes:
não terás essa mulher
que, bem mostra, não te quer.

Nem que cantes as canções
mais pejadas de emoções,
nem com todos os bemóis,
nem que dances sob os sóis.

Nem que tentes pôr ciúmes,
que besuntes de perfumes
tuas fronhas e lençóis, 
nem com mil aerossóis.

Nem co'a pose dos heróis,
com viagras e halitóis,
nem com mãos de beseróis
ou buquês de girassóis.

Nem que te enchas de cultura,
tomes banhos de leituras,
faças mais de mil loucuras,
sejas pleno de bravura.

Nem com pembas pelos cantos,
nem que rezes pra teus santos,
nem que implores entre prantos,
nem co'olhar de pôr quebranto.

Nem co'o brilho dos faróis,
vaga-lumes e lustróis,
a beleza de arrebóis.
Não terás essa mulher
nem que comas os lençóis
e que arrotes girassóis.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

TEMER, "OFFICE BOY" DAS ELITES, E O PODER CONTRA O POVO




Quando as elites... e entenda-se por elites os empresários, os banqueiros, os agronegociantes, os donos de jornais, revistas, emissoras de tevê, de rádio, de redes de hotéis e restaurantes, etc... quando as elites, após aperceberam-se de que o País tinha ido à bancarrota - graças a décadas de corrupção ocorrida em gestões petistas, pessedebistas, pemedebistas e vai por aí adiante... quando as elites se deram conta de que o Brasil afundara num mar de lama e de degradação econômica, acharam que era a hora de dar um golpe de mestre e se apossar dos restos deixados pelos ladrões de gravata e colarinho e de enriquecerem ainda mais, concentrando nas mãos de uma vez por todas a totalidade da renda nacional.
O conluio funciona da seguinte forma: convoca-se um setor dessa camada abastada, a mídia, principalmente a Globo, para vender à opinião pública que, sem a aprovação da PEC da morte (já aprovada), das reformas da previdência e trabalhista, o emprego acaba de vez, a União não tem como pagar aos aposentados, e um caos dantesco e definitivo toma conta deste pedaço aqui da África. Depois chamam-se os políticos para chutar o PT pra córner... não porque o partido estivesse na contramão dos interesses da gente rica, mas porque é preciso fazer um teatro, dando à conspiração contra o Brasil inteiro um aspecto de faxina moral e ética. A seguir colocam as marionetes Michel Temer e Henrique Meirelles, componentes (bom lembrar) desse mesmo topo da pirâmide para implementar, junto com outros componentes-marionetes do sistema que são os já mencionados políticos (dentre os quais uma quantidade absurda está envolvida nos crimes que faliram a Nação) todas as mudanças que farão os ricos muito mais ricos, e os pobres muito mais miseráveis, sem o menor acesso à educação, à alimentação ao menos condigna, à saúde, à habitação, ao saneamento básico, à segurança, criando uma população inteira de indigentes que morrem nos corredores dos precariíssimos hospitais e vivendo a baixíssima qualidade de vida dos povos africanos. Não sei se vocês já notaram, mas o Brasil caminha a passos largos para a africanização mais deplorável, sobretudo em virtude da aprovação da PEC da morte, que já citei e congela os gastos do Governo por 20 anos.
Se a PEC da Morte visa a acabar com as despesas do erário com os cidadãos, a reforma da previdência finda de vez com a aposentadoria, e a reforma trabalhista é o tiro de misericórdia que reinstaura por aqui de forma peremptória a escravidão. Quem não tem férias remuneradas, décimo-terceiro, FGTS, jornada de trabalho razoável é o quê? Trabalhador ou escravo?
As perversas e diabólicas medidas irão agravar muito mais a recessão, gerando uma retração absurda nas vendas do comércio e consequentemente da indústia, aprofundarão o flagelo do desemprego, e aí você vai-se perguntar se assim essas elites vão provar do próprio veneno, sofrendo as consequências dos males que elas próprias criaram. Eu respondo que não, porque a verba pública poupada com as reformas, além da arrecadada com a pesada carga tributária sobre a classe média (que nem sei se assim poderá ser chamada), agraciará as empresas com incentivos e renúncias fiscais, investimentos, subsídios, bônus, empréstimos vultosos e generosos, além de os privilegiados pouparem uma fábula com a diminuição dos gastos com a mão-de-obra, e os preços subirem para suprir a redução da demanda dos produtos, que serão consumidos pelos poucos com poder aquisitivo para tanto. Um número pequeno de escravos será bastante para movimentar a reduzida indústria e o pouco comércio, e os sem-emprego, diga-se de passagem, morrerão de fome, desnutrição e outras mazelas. Será um processo como se as mais altas castas se fechassem comercialmente para a sociedade nacional.
 Você agora irá querer saber se os políticos não estarão dando um tiro no pé por conta do desgaste que sofrerão com a aprovação das medidas do Governo. Eu digo, sim, mas estarão usando sapatos e roupas blindadas, para evitar que até estilhaços atinjam-lhes qualquer parte do corpo, porque, lembre-se, também são membros dos mais opulentos grupos sociais e, se o empresariado será fartamente obsequiado pelo poder público, imagine a contrapartida que terão esses políticos. Em outras palavras: valerá a pena ficar impopular e não se eleger durante alguns anos ou para sempre.
Em suma, a missão do fantoche Temer, abraçada por este com enorme empenho e prazer, é colocar tudo nas mãos das elites, em detrimento de uma sociedade inteira, que viverá num país africano dentro da América Latina.

DA DUVIDOSA DEMOCRACIA NO BRASIL


A QUE NÃO EXISTE

Aquela que seria  para o povo, em que os clamores da sociedade seriam ouvidos, em que prevalece a vontade da maioria, os cidadãos são respeitados no seu direito à manifestação e à integridade física.  No Brasil não há democracia para a população porque as manifestações populares são massacradas com violência, as reivindicações contra os políticas e o sistema  são ignoradas por estes e omitidas ou pouco destacadas pela mídia. As medidas do Governo não são discutidas com representantes da sociedade civil, mas unicamente com os setores afeiçoados ao poder estabelecido (centrais e movimentos governistas, PMDB, ator Mílton Gonçalves e outras instituições e pessoas congêneres); as decisões são tomadas e executadas de cima para baixo, e quem não gostar que se rasgue.



A QUE EXISTE

A democracia para os políticos, porque o ministro do Supremo Marco Aurélio de Mello mandou que Renan Calheiros deixasse a Presidência do Senado, este desobedeceu, e a Presidente da Corte,  Carmen Lúcia, ao invés de cobrar do magistrado expedição de mandado de prisão contra o político desobediente, limitou-se a declarar que não queria "colocar mais lenha na fogueira".

domingo, 15 de janeiro de 2017

SONHEI

Sonhei, sim,
sem pudor e sem limite,
ou compromisso co'a razão.
Mas sonhei qual fora louco,
e você me veio à mente,
numa cama de poema,
numa noite à beria-mar.

Sonhei, sim,
e inventei um mundo novo
sem os ódios e as ganâncias,
onde os homens, todos eles
protegiam a natureza,
o planeta e os  animais.

Sonhei, sim,
fiz a morte suprimir-se
e a cidade fiz tão bela
e tão clara de alegria
e de paz angelical.

Sonhei, sim,
inventei que minha rua
era em meio a bosques verdes
onde eu via mil sanhaços
a brincar toda manhã.

Sonhei, sim,
fiz os seres se irmanarem
e se amarem sem medidas,
caminhando lado a lado
e fazendo que este mundo
se tornasse o próprio Céu.

2010
(Revisto e modificado em 2017)


AMOR DE ESTAÇÃO

Não te sintas jamais senhora absoluta de um poeta;
não me sintas atado à tua pele, à tua boca:
eu te amarei durante os dias de outono,
e amarei Marina pelos meses frios de inverno,
e Maria Rosa por toda a primavera...


Contudo, fique certa como de que os dias anoitecem:
eu te amarei com a intensidade dos sóis de verão.


1996
Revisto e modificado em 2017

ALMA INERTE

A voz que cantava se calou.
A pena que versejava ressecou.
O sol que brilhava se apagou.
Acho que morri mais uma vez,
Ou então minh'alma num coma se afundou.
Minh'alma, que não ri, que não pranteia,
Desacordada, esborrachada no chão duro de granito.
Minh'alma, tão silente, tão exangue e tão inerte...
Acho que minha luz se apagou.
Acho que minha alma se matou.

2010
Revisto e modificado em 2017

A TERRA DE SEU JORGIM


A terra de Seu Jorgim
tem cascatas e morros e matas
tão bonitas de se admirar...
tem morenas e louras, mulatas
tão boas de um ser desejar.

A terra de seu Jorgim
é de beleza pura e singela
que a gente precisa cantar
e tem também dona Estela,
que faz em suspiros sonhar.

Por falar em sonhos, há tantas igrejas
onde o povo de vida modesta
sonha anjos, céu, paraíso,
confiante que, partindo desta,
só terá razões de sorrisos.

Na terra de Pagodim
não se sonham tão-só sonhos místicos,
eu vejo também também sonho artístico
de quem samba nos botequins.
Lá tem muita moça bonita
com sonhos de Cinderela
e também tem a Rosita,
que não é tão moça, mas também é bonita
e sonha também namorar,
mas o marido - bandido! -
insiste em nunca deixar.

A terra de seu Jorgim
tem time de futebol treinando
e uma meninada sonhando
aplausos, estádios, fortuna.

A terra de seu Jorgim
tem casas e ruas singelas,
tem bares de muita alegria,
lugares de muita poesia,
tem, não nego, suas mazelas,
mas não há como enfim não louvar
a terra de seu Jorgim.

2008
Revisto de modificado em 2017