domingo, 30 de julho de 2017

UTOPIA

Se uma doce emoção repontar
na gente rude das ruas cinzentas...?
Se o ódio silenciar tão profundo
de parecer estar morto e sepulto...?
Se eu me apaixonar pela prostituta
e viver uma inquietação mais sem fim..?
Se as pessoas quebrarem o asfalto
e plantarem jardins nas estradas...?
Se eu vir a ternura brotando
nos olhos tão frios de Helena...?
Se alguma voz bela cantar 
e encantar toda a praça e a cidade...?
Se tudo for só poesia,
sem juízo, sem bom-senso ou limite...?
Se esta utopia crescer de tal modo, 
que arrebente a impalatável verdade...?
Se minha quimera vencer o real,
parecerá vivermos pura felicidade.


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