sábado, 9 de maio de 2020

VOLTANDO A FALAR NO TRANSCENDENTE

Já faz alguns anos que abordei a questão do metafísico e fiquei de voltar ao assunto.  
A questão da vida ou não após a morte preocupa toda a humanidade, se levarmos em conta que o fim de cada ser sobre a face da Terra é certo e infalível.  Quero abordar o tema sem a confluência das religiões: elas são simplistas, utópicas, infun dadas, pouco compromissadas com a realidade, da mesma forma como deixo  Deus fora da questão, uma vez que é impossível conceber uma única entidade com ciência de tudo e domínio sobre todos os planetas, meteoros, cometas, elementos e vidas do Universo.
Como dissera no texto anterior, conheço bem de perto pessoas que já tiveram vários episódios de vidência, e não há onde se possam encontrar explicações para esses casos. Um exemplo clássico da veracidade das premonições  é a predição de Mãe Diná acerca dos jovens do grupo "Os Mamonas Assassinas", predição corroborada por um dos membros da banda, que deixou gravado em vídeo o relato  de um sonho que tivera sobre a queda do avião em que viajariam e morreriam dias depois.  Outro exemplo espantoso é o médium José Arigó, morto pelos idos de 1971  num acidente de trânsito antevisto pelo próprio. Em 1865, Abraham Lincoln sonhou com o próprio velório às vésperas do dia em que foi assassinado.  É bem verdade que  esses fatos acendem de certa forma uma esperança acerca da existência do metafísico. Porém reconheço que uma coisa não está intrinsecamente ligada à outra.  Em outras palavras, a ocorrência de premonições nunca implicaria obrigatoriamente que houvesse vida fora da matéria, porque espiritualidade e intuição podem ser coisas não inerentemente relacionadas. O dom pode ser seu, não decorrente de algum aviso de um eventual ou suposto espírito que o intua.
Como todo homem, tenho uma inclinação (muito vaga no meus caso) a crer numa forma de continuação pós-vida... mas ressalto bem: uma inclinação, uma coisa mais emocional do que racional, porque é uma necessidade humana orgânica de acreditar numa continuação após a falência total dos sentidos.  A racionalidade, entretanto, leva-me a análises mais pagmáticas e que se distanciam dos desejos e emoções. 
Na hipótese da espiritualidade, ter um espírito, uma consciência que sobrevivesse à morte da matéria não seria um privilégio de nós, humanos, nem tampouco de outros mamíferos.  Seria um atributo de todas  as espécies, incluindo-se aí insetos, peixes e outras formas de vida.  Para não sermos aqui místicos, demos outra nomenclatura aos espíritos: seria nos humanos a consciência, nos animais chamados irracionais, nos quais muitos não admitem que haja consciência, a percepção. Por menos que um animal seja inteligente, não neguemos que há neles uma percepção do que  lhes é possível captar.  Digamos que aqui eu fecharia minha parca e não-elucidativa equação, que concluiria pela sobrevida da percepção em todas as criaturas.  Mas isso não é verdade.  Porque esbarraríamos no fato de que há vidas sem poder de  percepção, como os vegetais, desprovidos de irritabilidade, aos quais seria muito difícil atribuir uma coisa parecida com espírito, mas que são seres aparentemente  não-únicos na condição de desprovidos de eternidade.  Noutras palavras, veria eu como quase que obrigatório que uma continuação sob a forma de consciência, percepção ou algo mais rudimentar  fosse um atributo de todos os seres de todas as espécies, da mesma forma como a ausência de tal atributo ficaria comum à totalidade das criaturas.
Embora minha vaga dissertação e minhas hipóteses  não sejam nada alentadoras para nossos anseios, o fenômeno dos vaticínios há de ser destacado e requer muitos estudos e pesquisas, ao invés de ficarem no tempo soltos e abandonados ao léu, como se jamais tivessem acontecido.

terça-feira, 5 de maio de 2020

CANSEI DE PEDIR A SAÍDA DE BOLSONARO: ELE FICA, E VAI TER GOLPE

Não aguento mais: toda semana é a mesma palhaçada: domingo Bolsonaro reúne uma tropa de choque de gente violenta, perversa, barulhenta,  mal-educada, hostil, suspeita e, ora tenta dar golpe, ora tenta intimidar Congresso, STF e seus opositores; para na segunda-feira os militares expedirem nota dizendo que  ele "é um democrata que não sabe se expressar, e as forças armadas estão a serviço da democracia e na direção contrária à de um regime de força".  Não acredito mais nisso.  Se realmente falassem a verdade, os generais já tê-lo-iam calado e sossegado,e o Coisa passaria os finais de semana reunido com os amigos, a contar suas bravatas e a rir-se dos maus tratos infligidos aos jornalistas que têm a infeliz incumbência de acompanhá-lo para documentar seus descalabros.  
Dizem até que o destemperado tem procurado seduzir militares de menos projeção e antiguidade, bolsonaristas até à raiz dos cabelos, com a inteção de dar-lhes promoções e cargos de elevada importância, que dever-se-iam dar aos mais antigos,  não se sabe se esperando daqueles apoio e sublevação ante os de maior prestígio e poder dentro das forças armadas.
Mas o fato, em síntese, é que os generais não o irão parar, e a razão disso é bem simples: porque não querem e ponto final!
No Congresso Rodrigo Maia, por sua vez, imobilizado pela covardia ou talvez  interesses pessoais, não vai porque não vai de forma nenhuma  pautar qualquer dos mais de trinta de pedidos de "impeachment" protocolados contra o presidente.  Na PGR, apesar de não faltarem motivos para denunciar destemperado (atentados à democracia, desobediência civil, incitação velada (???) à desordem pública e contra a ordem democrática, etc...),  o procurador-geral tem algumas ideias afinadas com as de Bolsonaro, passa a impressão quase clara de também ser de extrema-direita e até parece querer mostrar gratidão por ter sido escolhido de fora da lista tríplice oferecida ao mandatário.
Neste contexto, fica claro que não vai haver impedimento do mandato do Bozo, que irá até o final dos quatro anos e até muito mais longe: cada movimento que ele faz nos finais de semana é um ensaio e uma preparação para o golpe que será executado assim que o capitão aprofundar ainda mais a crise política e der vida a um desequilíbrio institucional que irá propiciar à caserna o clima esperado e desejado para intervir, dando origem a uma sucessão de governos autoritários, iniciada, logicamente pelo atual presidente, que depois de 2022 será reconduzido ao cargo por uma junta miltar, assim como todos os seus futuros sucessores.
Pelo cenário que suponho, não é de se estranhar que tenha eu perdido todas as esperanças e apenas assista impotente à movimentação de um novo ciclo de poder militar já iniciado quando o monstruoso presidente lotou o Planalto de generais nos postos-chave do governo.E mais: se levarmos em conta que o tempo inteiro  nosso "querido" capitão sempre esteve longe de fazer uma movimentação  severa contra as milícias, o Brasil está muito perto de tornar-se uma ditadura militar respaldada e auxiliada por milicianos, que serão os olhos e ouvidos do sistema, além de fazerem-se os torturadores e os supressores dos opositores do regime, exercendo o papel do Comando de Caça ao Comunista e outros grupos atrozes dos anos de chumbo que antecederam estes que estão por vir.