segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

DOS QUESTIONÁVEIS PREJUÍZOS DECORRENTES DOS FERIADOS

 O ano de 2022 terá a maioria dos feriados caindo em dias de sábado ou domingo, para tristeza dos empregados e grande alegria dos patrões.   A mídia e um bocado de gente por aí sempre apregoaram pelos quatro cantos do Brasil que um feriado causa um tremendo prejuízo à Nação, mas isso é mentira.  Mentira deslavada, e eu explico por quê.

O que há no feriado é um represamento temporário da demanda, e isso acarreta, em compensação, um grande aumento de procura de produtos nos dias úteis subsequentes.  Se o seu chuveiro queimou em pleno domingo ou feriado, tão logo as lojas abrem, você corre e compra outra resistência ou outro chuveiro, mas não passa a tomar banho frio ou a não tomar banho em consequência de um dia de casas comerciais fechadas.  Assim o movimento no comércio e na indústria aumenta  logo a seguir e de forma considerável, gerando uma sobrecarga de trabalho para os funcionários, por conta dessa saída mais volumosa  de produtos decorrente do período em que estes ficaram retidos , sendo tudo compensado em todos os aspectos,  e o faturamento dos empresários não sofre no frigir dos ovos nenhuma queda que possa fazer escorrer fio de lágrima de um canto de olho. 

Dizem também que o erário deixa de arrecadar uma fábula: outra inverdade: na reabertura da economia, o aumento das vendas faz que o governo arrecade o que capitalizaria se não tivesse havido dia parado.  A União, Municípios e  Estados recolhem para seus cofres o que recolheriam se fosse uma semana só de dias úteis, para exultação dos irmãos Centrão, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, com o orçamento secreto seu e dos outros membros do bloco parlamentar governista a que pertencem,  figuras que são os grandes beneficiários e  o  objetivo sagrado e principal da arrecadação federal.

A única  perda, ou melhor, redução de ganhos  acontece quando os patrões são obrigados a pagar aos seus empregados o dia ou dias não trabalhados, mas a margem de lucros fica quase incólume ao final do mês, pois não são os repousos e feriados que quebram empresários, mas efeitos da política econômica de governantes conservadores, cruéis e sórdidos, que são inimigos implacáveis do poder de compra das classes trabalhadoras, governantes que eles próprios, patrões,  defendem com unhas e dentes e com uma torpeza esperta e simplesmente ignóbil.