terça-feira, 4 de janeiro de 2022

VIDA QUE QUERO

 Não quero o medo, o tédio e essa tristeza

Desta rua tão sem-vida que eu habito;

Quero a noite clara, dançarina e colorida,

A feliz perplexidade do amante apaixonado

Ante o súbito e sentido eu-te-amo inesperado.


Quero amar com um brilho no olhar indisfarçável

E nos olhos da amada notar a mesma luz,

Na comunhão de sentimentos dos amantes romanescos.


Quero a paz das águas calmas em marolas

E a alegria de crianças brincando nos quintais,

E a poesia de uma canção que envolva a noite

E que comova os jovens, velhos, lúcidos, ,insanos e os casais.

ALMA CARIOCA (ODE ÀS PRAIAS)

Quando novamente eu vir o mar, 
Minha alma dançará como um passista,
Brincará, feliz como um moleque,
Cantará, intensa e ardente qual Bethânia,
Rebentará numa emoção sem ter igual.

Quero ver vibrar Copacabana
E o sol pintar a areia de dourado,
Rebrilhar nas águas verdes, cintilante;
Contemplar o céu a se deitar nas águas,
Quando os olhos se voltarem pro horizonte.


Quero a viveza das pessoas caminhando
Pelas ruas, num poema iluminado;
Ver mulheres convertidas em sereias,
Bronzeando ao calor suas lindezas.


Quero os bares numa alegria esfuziante
E o desfile das prostitutas nas calçadas.
Abençoai, meu Deus, as prostitutas,
Lutadoras sem respeito, sem direitos, sem ternura!


Deixei longe, por demais distante o Rio,
Vim pra Minas e jurei não ter saudades,
Coração, porém, pulsou tão incessante
Pela terra tão festiva onde nasci.


Quando novamente eu vir o mar,
Minha alma se dará tão plenamente,
Pois, bem sei agora, cheira a praia,
Cheira a Copa, Cabo Frio, a Saquarema,
Aos quiosques alegres e praianos
E aos subúrbios sem praia onde vivi.