domingo, 26 de fevereiro de 2023

FAMÍLIA

 Família é um grupo de pessoas  que (independentemente de vínculos sanguíneos),  morando e vivendo não necessariamente sob o mesmo teto, se ligam por laços de amor e de afeto.  O mais é mera instituição.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

AS RUAS DA POESIA

 Eu preciso, sim, que os [seresteiros se revezem

Em suas cantigas lamentosas, [doces, cheias de passado,

De saudade, nostalgia, de paixão [e solidão.


Eu preciso sair atrás dos violeiros

Que espalham poesia pelas ruas,

Pelos bares, becos, por jardins e [por pracinhas,

Arrebanhando em seu caminho a [multidão.


 Quero seguir a turba nessa [marcha maviosa

E sair murmurando cantos lindos

Como quem acompanha, [devotado, a procissão.


Quero fios de lágrimas nos olhos [das mulheres;

Quero os homens cheios de ilusões da [adolescência,

A alegria e a tristeza se abraçando

Num sentimental e elevada [comunhão.


Quero ver em cada ser humano [um poeta,

Em cada olhar, uma uma paixão, [pureza romanesca,

Em cada casal, uma entrega [simplesmente transcendente

E a poesia irmanando toda a [gente emocionada,

Em sentimentos tão sublimes e [repletos da mais plena [enlevação.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

"MEU PASTOR"

"Meu pastor, meu bom pastor,
Grande mestre após Jesus, 
Arrefeça-me a aflição:
É que estou desempregado,
Me sustendo dos biscates: 
Se eu doar verba pequena
À igreja de que é líder,
Arderei no fogo eterno?


Meu pastor, então me explique
De que vale enfim bondade,
Compaixão e caridade,
Ter amor e retidão?
É preciso os predicados,
Mas, sem notas, nada feito?"


"Homem santo, me elucide:
Se doar dinheiro grande,
Eu consigo no futuro
Me tornar um milionário?"


"Meu pastor, meu missionário,
O meu ódio aos que não creem
E aos católicos e espíritas
Não me tornam um ser alto
Ao olhar do Criador?"


"Meu pastor, o seu prestígio
Me terá grande valia.
Meu pastor, não quero muito:
Vida longa, quase eterna,
Com saúde e juventude,
A mais bela das mulheres,
A fortuna dos nababos
E, ao morrer, rumar pro Céu."

sábado, 11 de fevereiro de 2023

NUNCA MAIS NOS ESQUEÇAMOS DO DIA DA INSURREIÇÃO DOS RICOS

 Como fico impressionado quando vejo um classe-média ou pobre defender Bolsonaro!  Nem vou-me referir a todas as barbaridades que ele disse e fez, mas somente ao fato de o inominável ter governado exclusivamente para os ricos, em grave prejuízo de todos aqueles não inseridos no rol das elites: esmigalhou os salários dos trabalhadores, pretendia reduzir drasticamente o valor do benefício decorrente da LOAS (Lei Orgânica da  Assistência Social), salário mínimo pago a idosos, deficientes e incapazes que não contribuíram ou contribuíram  menos do que o determinado por lei para a Previdência Social e que não têm condições de trabalhar; além disso queria diminuir a importância paga a alguns aposentados, sem contar que tinha planos de mudar o cálculo de reajuste de outras aposentadorias e do salário mínimo de modo que esses direitos fossem sempre revistos abaixo dos índices de inflação.   

Por que essas pessoas amam tão ardorosamente os ricos e o ex-presidente, que é total e absolutamente desprovido de virtudes?  Por que esse amor tão extremoso de tantos pobres e economicamente medianos pelos ricos?  Seria fruto daqueles contos de fadas  que na infância líamos ou ouvíamos, em que todo herói ou heroína nascia rico ou depois da pobreza enriquecia no final da história, e de reis muito bondosos, justos  e heroicos, que zelavam por seus súditos como mães exemplares?

Por que quase metade da população brasileira é fascista, quando só os milionários ficam a salvo dos inumeráveis malefícios da extrema-direita, até beneficiando-se (e muito) de todas as crueldades do regime?  Por que tantos participantes e não-participantes dos atos terroristas do Oito de Janeiro (que não deve nunca, jamais ser esquecido) queriam tanto o sucesso de um golpe articulado, apoiado e financiado pelas  pelas mais altas classes sociais, até hoje defendendo a insurreição dos ricos contra o resultado das urnas, que conduziu Lula ao invés de Bolsonaro à Presidência da República?

Há muito desisti de encontrar explicações para o fenômeno, mas sugiro que nós, democratas, em momento algum nos desviemos, e lembremos sempre que, a despeito de nem todos os terroristas serem abastados (mas patrocinados por abastados), o 8 de Janeiro de 2023 deve ser sempre lembrado como o dia da Insurreição dos Ricos,  para que um espetáculo tão bizarro, devastador, injusto, sórdido e odiento como aquele nunca mais se repita na história do Brasil.