sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

NAS ANDANÇAS DO PODER: QUARTA PARTE: "O PRESIDENTE"

 O Brasil começou a ver, estarrecido, os atos, as declarações e as aberrações de Bolsonaro, familiares, ministros e  asseclas.  Primeiro foram os elogios a Brilhante Ustra, torturador do regime militar, depois a defesa à ditadura e à tortura.   Eduardo Bolsonaro defendendo a reedição do AI-5, que dava poderes excepcionais ao Executivo nos anos de chumbo.  Carlos Bolsonaro, vereador, passa a ter um gabinete dentro do Palácio do Planalto, de onde, segundo alguns jornalistas, operaria o que estes nominaram "gabinete do ódio".    O inquérito contra Flávio Bolsonaro, acusado de peculato, começa a emperrar.  O procurador-geral da República, Augusto Aras, e algumas figuras do Judiciário parecem lenientes: um inquérito que não anda, um procurador que não denuncia o presidente por manifestações antidemocráticas contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

A pandemia confina as pessoas em suas casas, Bolsonaro, num descaso absoluto, incentiva a exposição de seus seguidores nas ruas, sem uso de máscaras, e a doença vai-se disseminando. Em 04 de fevereiro de 2021, quase 229.000 mortos.   Sessenta e nove pedidos de "impeachment" contra o presidente e a recusa inflexível do presidente da Câmara dos Deputados em pautar um deles.  

A reunião de 22 de abril de 2020, a questão da Polícia Federal, Abraham Weintraub ofendendo o STF, Ricardo Salles propondo a "passagem da boiada" na oportunidade de encobrimento propiciado pela pandemia.  O Pantanal e a Floresta Amazônica, entre outros cenários ambientais, ardem em fogo, matando queimados centenas de milhões de animais. Depósito inexplicado de Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama.  "Vontade de encher sua boca de porrada " é a resposta do mandatário ao jornalista que lhe pede explicações.

Nada é respondido, nada é apurado, tudo fica impune.  Por menos de um milésimo por cento do que fez Bolsonaro, Dilma foi afastada em definitivo da Presidência da República.  Fico bem à vontade para dizê-lo,  porque estou muito longe de ser petista, lulista, lulopetista ou qualquer coisa do gênero.

Empresários e banqueiros, jogadores malandros do mercado financeiro felizes da vida com Bolsonaro e a estrutura de poder atual.

Tudo isso é parte dos caminhos, das andanças do poder nesta terra.


Fevereiro de 2021   


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