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domingo, 29 de junho de 2025

CIRO GOMES É UMA CONSPIRAÇÃO DAS ELITES

 

Certa vez postei no "Bluesky" que o Ciro Gomes é de direita, e um cirista me rebateu dizendo que só não concordaria comigo porque "aí seríamos dois a falar merda" e que "Ciro está à esquerda" de Lula.  Nem me dei ao trabalho de discutir o mérito da questão, respondi apenas que o seu gosto pelo escatológico era impressionante e o bloqueei.  Se o próprio Lula, progressista, mas pressionado pelo Congresso, por fascistas, grande mídia e poder econômico, não consegue fazer um governo social-democrata como desejaria, que perfil teria o Ciro na Presidência?  Ciro começou a carreira  no PDS, partido da ditadura militar, elogiou em 1990 a política econômica do Collor, passou por vários partidos progressistas sem me convencer e hoje volta ao PSDB, partido criado após o fim do regime militar, que uniu a direita do PMDB aos temerosos de morrer politicamente do PDS.  "O bom filho à casa torna." 

Ciro tem três intentos ao migrar de volta ao lar: disputar a Presidência da República para, caso ganhe, governar à direita, tirar, se não eleito, votos de Lula em 2026 (já que ainda há quem acredite ser ele, Ciro, de esquerda) e aí se vingaria de o PT não tê-lo apoiado em 2018 contra Bolsonaro.  Ciro é parte de um conluio das elites para garantir a vitória da direita em 2026, seja através do próprio triunfo ou eleição de Tarcísio de Freitas, já que irá subtrair votos do atual presidente.  

Precisamos ficar atentos, porque os ataques do político cearense a Lula serão muito contundentes, e temos de começar a neutralizá-los desde já.  

Digo tudo isso sem ser, por incrível que pareça, lulista ou petista, pois na verdade minha simpatia é pelo PSOL; porém acontece que Lula é o único candidato da vertente popular com chances no ano que vem -- e todos sabemos muito bem o que é um governo de direita, como Temer, que se repetiria em Ciro, ou de extrema-direita, como Bolsonaro, que se reproduziria em Tarcísio.

As elites sempre conspiram e, por razões muito óbvias, têm muita facilidade em conseguir adesões.

quarta-feira, 11 de junho de 2025

E AGORA? QUEM VAI TANGER O GADO?

 Bolsonaro não criou o bolsonarismo, que é apenas uma expressão do fascismo absolutamente igual às outras, como o nazismo, o franquismo, o integralismo e outros movimentos do mesmo gênero, não se excluindo desse rol de extremismos de direita o regime de Maduro, na Venezuela, Ortega, na Nicarágua, Orbán, na Hungria, Trump, nos Estados Unidos, e outros tiranos pelo mundo afora. Vai dizer que Ortega e Maduro são de esquerda? É mesmo?  Se não atendessem aos interesses dos ricos,  esses caras estariam há muito tempo alijados do poder e até presos.  Não nos esqueçamos de que os regimes fascistas têm o papel primordial de preservar as desigualdades e manter incólumes e sempre crescentes os privilégios e regalias das classes privilegiadas.

Voltando à questão de Bolsonaro, haverá por parte de seus adoradores decepção com a conduta deste no interrogatório no STF, em que brincou com Alexandre de Moraes ao perguntar se o ministro aceitaria ser seu vice, e irão abandoná-lo, vendo-o como um impostor, e cairão nos braços do Tarcísio de Freitas, enxergando nele o verdadeiro Bolsonaro?  Ou renegarão o governador, achando-o herdeiro e xerocópia do líder que tanto os terá decepcionado?  Ou limitar-se-ão a perdoá-lo e justificá-lo de algum modo, numa atitude maternal, coisa assim de mãe leonina e extremosa?

Não sei responder, a única certeza que tenho é que essa gente precisa de um líder totalitário para tangê-la, porque o totalitarismo, com sua misoginia, homofobia, racismo, conservadorismo sócio-econômico e de costumes, seu perfil opressor e sua crueldade e masmorras de tortura, é a sua (dessa gente) grande paixão.  São esses sectários fascinados por sofrimento, morte e sangue, tanto que o que os moveu a apoiar Bolsonaro foi, antes de qualquer coisa, o desejo de ver esquerdistas presos, torturados e mortos, como se fossem as esquerdas culpadas de suas frustrações e insucessos, não o sistema de desigualdades e o funil de oportunidades que grassa num Brasil do qual os ricos se apropriaram e fazem o que bem querem.  Esse é o cenário: o país é propriedade privada das classes privilegiadas, que a cada dia mais privilegiadas se tornam, em detrimento das camadas não-ungidas, dentre as quais estão as raias bolsonaristas à margem da abastança.  Os burgueses e os agentes que vivem de protegê-los não são gado, mas beneficiários diretos do autoritarismo.  Atendo-me novamente ao gado, esse precisa ser tangido, e a Globo e toda a grande mídia, além do Congresso com as bancadas da bala, da Bíblia e do agro, encarregaram-se de esmigalhar politicamente Lula, o PT e todas as forças progressistas.  Assim, não faltará direitista autoritário para tocar essa boiada: além de Tarcísio, há o Caiado, Ciro Nogueira, a Michele, quem sabe o Eduardo, Flávio ou até Carlos Bolsonaro.  A busca dessas pessoas por um milei, trump, orbán jamais será frustrada, e o fruto disso será o agravamento do infortúnio, dos percalços e do martírio de todos  os grupos não-inseridos nos pontos mais altos da pirâmide social.