sexta-feira, 1 de julho de 2022

A MORTE DA POESIA III

 Não há mais dança de roda ou ciranda,

Não há mais bela moça a sonhar a varanda,

Nem mais há casais contando as estrelas,

Seresteiro nenhum cantando ao luar.



Não há mais poesia no mundo,

Não há mais poesia em meu mundo:

Meus anseios são todos de ferro,

Concreto, cascalho, pvc, pó de pedra.



O tempo foi duro, cimentou-me as quimeras,

Cobriu de azulejos meus campos de lira,

Tornou sons de draga as mais belas cantigas,

Secou a nascente da minha emoção.



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