quarta-feira, 14 de setembro de 2022

QUE SILÊNCIO!

 Meu Deus, que silêncio

nos becos, esquinas, 

nas ruas, sobrados,

Trazido no vento

das mil fortalezas!



Seria o prelúdio

dos gritos medonhos,

dos breus diminutos

com cheiro de sangue,

ali no porvir?



Seria a antessala

das rédeas, mordaças,

dos olhos fechados,

dos peitos calados,

das mentes vazias?



Será que os demônios

horrendos, ferozes,

com garras agudas...?

Virão, pavorosos, 

os vis canibais?



Meu Deus, que silêncio

que aperta meu peito, 

arregala meus olhos!

Meu corpo tremendo:

meu Deus, que silêncio!


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