domingo, 4 de agosto de 2024

AS MOÇAS DA NOITE

 O primeiro da noite era bruto

Assim como fora um ferreiro

E fora a cama a bigorna,

E escoriou Diany sem pena.


O terceiro, com mãos ensebadas,

Cheirava a suor e gordura

E Diany conteve mil náuseas,

E se deu como entregue a um martírio.


O quinto falhou de tão bêbado,

E o esforço hercúleo da moça

Não trouxe nenhum resultado

Senão certo alívio, um suspiro.


O oitavo era assim como um lorde

E cheirava a lavanda e perfume,

E Diany se abriu, serenada,

Cumprindo em paz seu ofício.


Na noite de quase calvário,

Diany dormiu como pedra,

Tal como sofrera um nocaute

E mais pareceu uma morta.


À tarde, acordou no bordel

E contou seus percalços a Marta,

Que transtornos também relatou,

E olharam-se, ternas e cúmplices.


As duas se deram as mãos,

Um abraço apertado, tão pleno,

E as línguas sugaram-se, ardentes,

E os corpos se deram em volúpia maior.





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