segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

TEMPO DE TRISTEZA

Em noite profunda de inverno,

Sem música, estrelas, luar,
Cantei uma viva esperança,
E era tão diurno meu canto...

Em dia profuso de gente,
Com sol, nuvens alvas, céu claro,
Cantei uma dor que me vinha,
E era tão noturno o meu canto.

O canto é o espelho da alma,
A alma é que diz se as horas
São claras, escuras, cinzentas,
Se o dia pra nós anoitece,
Se a noite pra nós amanhece.

Durante um tempo bem longo,
O escuro invadiu meus momentos,
Me fez as manhãs tão noturnas,
Me fez anoitecer pelos dias,
Numa tristeza fundamente doída,
Mas doída de parecerem os minutos
Derradeiros momentos de vida.

2010

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