Morri com a cabeça no travesseiro,
Embora preferisse que houvesse acontecido
Numa mesa bem fria de concreto
De uma praça qualquer do fim do mundo
Entrei na escuridão de minh'alma tão ferida
E ali fiquei num torpor descomunal.
Não vi fantasmas ou, se acaso os avistei,
Ignorei-os, sem susto e sem temor,
Sentindo a tristeza, sombria, a me enlaçar.
Se morri, me afundei nas tocas fundas
E cavernas escuras do meu coração.
Mas não há céu, inferno, só negror,
A quietude mais silente do sepulcro
Que existe bem dentro aqui de mim.
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