quarta-feira, 16 de outubro de 2024

MINHA MORTE

 Morri com a cabeça no travesseiro,

Embora preferisse que houvesse acontecido

Numa mesa bem fria de concreto

De uma praça qualquer do fim do mundo 


Entrei na escuridão de minh'alma tão ferida

E ali fiquei  num torpor descomunal.

Não vi fantasmas ou, se acaso os avistei,

Ignorei-os, sem susto e sem temor,

Sentindo a tristeza, sombria, a me enlaçar.


Se morri, me afundei nas tocas fundas

E cavernas escuras do meu coração.

Mas não há céu, inferno, só negror,

A quietude mais silente do sepulcro

Que existe bem dentro aqui de mim.

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